As duas primeiras pesquisas sobre a eleições municipais mostram que, se o Brasil dobrou à direita com Jair Bolsonaro, em 2018, São Paulo já fez isso há muito tempo.
Desde 2012, quando Fernando Haddad venceu a disputa para a prefeitura, nenhum candidato de esquerda consegue esse feito político.
Enquanto o PT, que teve participações pífias nas últimas eleições – incluindo a derrota no primeiro turno do próprio Haddad para João Doria em 2016 – Guilherme Boulos parece ter um teto intransponível.
A nova rodada da Paraná Pesquisas mostrou uma diferença de 13,8 pontos percentuais entre Ricardo Nunes e o candidato do PSOL apoiado pelo PT e por Lula.
O atual prefeito lidera a disputa com 52,8% das intenções de voto sobre o deputado federal, que tem 39%, segundo esse levantamento.
O Datafolha mostrou um cenário ainda pior e mais desafiador, com 22 pontos percentuais de diferença. Segundo o instituto, Nunes tem 55% das intenções de voto contra 33% de Boulos.
Aliás, a rejeição do deputado federal é de 58% (um número quase proibitivo) entre o eleitorado paulistano, enquanto o atual prefeito é rejeitado por 37% dos eleitores.
A chance de uma virada existe, mas, para alguns cientistas políticos ouvidos pela coluna após a divulgação das pesquisas, ela é quase impossível.