Senado deve adiar votação da minirreforma eleitoral
A proposta pode ser aprovada, mas não para as eleições do ano que vem
A rapidez com que o projeto da minirreforma eleitoral passou na Câmara não deve se repetir no Senado. O próprio presidente da Casa já foi claro em relação a isso logo que a proposta foi aprovada, na semana passada. Rodrigo Pacheco deu o recado: “Não podemos produzir uma legislação na pressa. Não haverá nenhum açodamento”.
O relator da reforma eleitoral no Senado também disse que não sabe se terá tempo hábil para a aprovação na Casa para que as novas regras entrem em vigor nas eleições do ano que vem. Marcelo Castro diz que terá alteração no texto e, por isso, o projeto ainda teria que voltar para ter o aval da Câmara até o dia 5 de outubro.
Ainda bem, diga-se de passagem.
A proposta representa um retrocesso para o nosso sistema eleitoral e, consequentemente, para a nossa democracia. Dar menos transparência à prestação de contas, mexer na Lei da Ficha limpa e flexibilizar o fundo para mulheres e negros é decadente. É assegurar a falta de diversidade. É retroceder em pouquíssimos aspectos de avanços conquistados.
Alguns senadores se manifestaram contra à medida. A ideia de que não deve ter apoio maciço, como teve na Câmara, unindo do PT ao PL, parece um consenso no Senado. Não importa. A minirreforma deve ser aprovada. Talvez não a tempo de valer para 2024, mas com certeza as mudanças virão. Infelizmente, boa parte delas, não será pra melhor.