‘Na prática, é um embargo’, diz especialista sobre tarifas dos EUA à China
Para o cientista político Mauricio Santoro, porém, a disputa pode dar ao Brasil 'ganhos pontuais' em setores como o agro e a indústria petrolífera
O cientista político e professor de Relações Internacionais na UERJ Mauricio Santoro afirmou, em entrevista ao programa Ponto de Vista, de VEJA, desta quinta-feira, 17, que, “na prática”, as tarifas impostas por Donald Trump à China, que somadas, chegam a 245%, “significa um embargo de comércio”. O especialista também falou sobre o impacto da guerra comercial entre as potências para o Brasil e disse ver a possibilidade de “ganhos pontuais” para alguns setores da economia brasileira.
“Desde essa nova vitória de Donald Trump, já se esperava que haveria um aumento de tarifas para a China, mas nada na escala que nós estamos vendo. No patamar atual, são 245%, o que significa na prática um embargo de comércio. Na prática é como se o presidente dos Estados Unidos tivesse decretado que as empresas e consumidores americanos não podem mais comprar da China. Isso tem consequências pra toda economia global”, ressaltou o especialista, que também tratou do Brasil.
“É um tempo bastante difícil para o Brasil. De maneira geral, essa guerra comercial entre as duas maiores economias do planeta, vai afetar negativamente o mundo inteiro. Para o Brasil existem alguns ganhos pontuais para alguns setores da economia brasileira, principalmente pro agronegócio e pra indústria petrolífera. Porque entre os produtos que os Estados Unidos mais vendem para a China, estão a soja e o petróleo, que também são produtos que os brasileiros vendem muito pros chineses. E o que vai acontecer com a China aumentando as suas próprias tarifas com relação aos EUA é que as empresas chinesas vão passar a comprar mais desses produtos aqui no Brasil”, salientou.
O programa, apresentado por Marcela Rahal, também abordou as principais notícias do dia com o colunista Matheus Leitão.
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