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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Venezuela-Guiana: ‘Referendo vai dar ao Maduro o que ele quer’, diz Lula

Presidente disse esperar que 'bom senso prevaleça' e rechaçou a possibilidade de guerra; venezuelanos votam neste domingo, 3, anexação do país vizinho

Por Laísa Dall'Agnol Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2024, 18h50 - Publicado em 3 dez 2023, 09h32

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou a tentativa de anexação da Guiana pela Venezuela e declarou que o referendo previsto para este domingo, 3, provavelmente será favorável à investida do presidente Nicolás Maduro contra o país vizinho.

“Tem hoje um referendo que obviamente vai dar ao Maduro o que ele quer: um chamamento ao povo para aumentar o seu território”, disse antes de embarcar de Dubai, onde discursou na COP-28, para Berlim na Alemanha.

A jornalistas, Lula disse avaliar, ainda, que o atrito entre ambos os países não deverá escalar para um conflito militar e rechaçou a possibilidade de uma guerra “A América do Sul não está precisando de confusão. Não se pode ficar pensando em briga. Espero que o bom senso prevaleça. Do lado da Venezuela e do lado da Guiana”, afirmou.

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Desde a última semana, o Ministério da Defesa brasileiro tem ampliado a presença militar na região perto da fronteira com a Guiana e afirma estar monitorando as discussões.

Referendo

País de apenas 804.000 habitantes — menos da metade da população de Caracas, por exemplo –, a Guiana entrou na mira do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que quer anexar mais de 60% do território do país vizinho. A ameaça deve aumentar a partir deste domingo, 3, quando os venezuelanos irão às urnas em referendo para dizer se apoiam ou não a pretensão de seu dirigente.

A reivindicação territorial da Venezuela não é nova, mas cresceu nas últimas semanas em razão de dois fatores: a proximidade das eleições no país, em 2024, e o boom econômico do vizinho na esteira do avanço da exploração de petróleo.

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O alvo da cobiça é a região de Essequibo, uma área de 160 mil quilômetros quadrados formada em sua maioria por uma densa floresta cortada por rios caudalosos, que faz fronteira com Roraima e que representa dois terços do território da Guiana. O interesse de Maduro se ampliou nos últimos anos com as descobertas de petróleo no litoral da região, cujo potencial ultrapassa 11 bilhões de barris. O petróleo fez com que a economia do país quadruplicasse nos últimos cinco anos.

O mineral explorado na Guiana é semelhante ao que é retirado na Venezuela, o que aumentou o interesse de Maduro pela anexação Essequibo, onde está a maior parte da produção do vizinho. A tentativa de anexação, no entanto, já provoca reação de potências como o Reino Unido – até 1966 a Guiana era uma colônia britânica –, dos Estados Unidos e da França.

Reportagem de VEJA desta semana mostra como a movimentação de Maduro virou um grande problema para Lula, que é o principal aliado na região do regime chavista.

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