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A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Bruno Caniato, Isabella Alonso Panho, Heitor Mazzoco e Pedro Jordão. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

‘Tiro de canhão no meu peito’, diz Torres sobre atos terroristas e prisão

Ex-ministro falou em tom de desabafo em audiência de custódia, na qual afirmou que nunca questionou resultado das eleições e buscou 'equilíbrio' com STF

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 jan 2023, 18h44 - Publicado em 23 jan 2023, 16h12

Depois de se entregar à Polícia Federal e ser preso na volta dos Estados Unidos ao Brasil, no último dia 14, o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, passou por uma audiência de custódia em Brasília. Diante do desembargador Airton Vieira, magistrado instrutor do gabinete do ministro do STF Alexandre de Moraes, em tom de desabafo, Torres negou que tenha sido conivente e omisso com os atos terroristas que atingiram as sedes dos três Poderes em 8 de janeiro e classificou a sucessão de fatos que levaram à sua prisão, por ordem de Moraes, como um “tiro de canhão” em seu peito.

“Quero dizer que não tenho nada a ver com os fatos, isso foi um tiro de canhão no meu peito, eu estava de férias, umas férias sonhadas por mim e pela minha família, isso foi um tiro de canhão no meu peito, no segundo dia de férias, acontece esse crime horrendo em Brasília e esse atentado contra o país e eu fui responsabilizado por isso”, disse Anderson Torres na audiência de custódia. “Até 15 dias atrás eu era Ministro da Justiça, hoje estou preso”, declarou em outro trecho da oitiva, na qual classificou a viagem de volta dos EUA como “um suplício”, “um negócio horroroso, que nem em pesadelo”.

Sem entrar em detalhes, o ex-ministro e ex-secretário bolsonarista afirmou que, antes de viajar, havia tomado providências que poderiam ter evitado os ataques. “Do jeito que eu saí, o que eu deixei assinado, eu deixei tranquilo, porque nem se caísse uma bomba em Brasília teria ocorrido o que ocorreu”, disse. Torres foi exonerado pelo então governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), poucas horas depois dos atos terroristas. Ibaneis foi afastado do cargo por Moraes.

Ao desembargador, Anderson Torres afirmou que a prisão e as acusações contra si o “pegaram muito de surpresa”. Ele declarou que assumiu o Ministério da Justiça “em um momento delicado entre os Poderes” e trabalhou para “acalmar isso”. “Visitei todos os ministros do Supremo Tribunal Federal, inclusive o ministro relator”, afirmou. O ex-ministro relatou ter ido às casas de “vários” ministros do Supremo “para buscar o equilíbrio”.

“Desculpe o desabafo, mas sendo acusado de terrorismo, golpe de Estado?! Pelo amor de Deus, o que está acontecendo?! Eu não sei… Essa guerra que se criou no país, essa confusão entre os Poderes, essa guerra ideológica, eu não pertenço a isso, eu sou um cidadão equilibrado e essa conta eu não devo”, disse.

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O aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro ainda declarou que “jamais” questionou o resultado das eleições e facilitou a transição entre a gestão Bolsonaro e a do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O Ministério de Justiça e Segurança Pública foi o primeiro Ministério a entregar os relatórios da transição, eu jamais questionei resultado de Eleição, não tem uma manifestação minha nesse sentido, eu fui o primeiro ministro a entregar os relatórios”, afirmou. “Não tem um brasileiro no Brasil que não tenha ouvido um monte de loucuras após a eleição, e eu sempre no equilíbrio”, completou.

Em decisão publicada nesta segunda-feira, 23, Alexandre de Moraes decidiu adiar o interrogatório de Torres, que ocorreria hoje, para o próximo dia 2 de fevereiro. O ministro considerou que a defesa do bolsonarista deve ter tempo para analisar os autos da investigação antes da oitiva.

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