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‘Tchutchuca’ e ‘tigrão’: o que une Zeca Dirceu, Requião e Francischini

Provocação com expressão criada pelos funkeiros do Bonde do Tigrão não é inédita na política nacional

Por Leonardo Lellis Atualizado em 4 abr 2019, 14h32 - Publicado em 4 abr 2019, 14h10

A provocação do deputado Zeca Dirceu (PT-PR), que acusou o ministro da Economia Paulo Guedes de se comportar como “tigrão” com os aposentados e “tchutchuca” com banqueiros, na tumultuada sessão da Comissão de Constituição e Justiça destinada a analisar o texto da reforma Previdência, não é exatamente inédita na história de debates constrangedores que outras excelências já protagonizaram. E, por coincidência, todos passam pelo Paraná.

Em 2012, o então deputado tucano Fernando Francischini espezinhou o colega petista Odair Cunha, relator da CPI do Cachoeira, que investigava o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. “Quando o assunto é o Agnelo, o relator é uma ‘tchutchuca’. Quando o assunto é o Perillo, o relator vira ‘tigrão'”, alfinetou o parlamentar. Assim como aconteceu nesta quarta-feira, o clima esquentou na sessão.

Na ocasião, Agnelo Queiroz (PT) era governador do Distrito Federal e Marconi Perillo (PSDB), de Goiás – ambos estavam envolvidos nas denúncias. Hoje bolsonarista de primeira hora no Paraná, e mais conhecido pelo epíteto que associou ao seu nome, Delegado Francischini é pai do deputado novato Felipe Francischini, que se esforçava para presidir a sessão da CCJ que foi encerrada após o bate-boca entre Zeca Dirceu e Paulo Guedes.

Mas a incorporação das expressões criadas pelo grupo de funk Bonde do Tigrão ao dicionário de ofensas usado por políticos remonta à virada do século, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Desde 2001, no mesmo Paraná da família Francischini e Zeca Dirceu, a imprensa local registra uma provocação recorrente de Roberto Requião a seu adversário Alvaro Dias: de ser “tigrão” no estado, mas “tchutchuca” em Brasília.

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