Suspeitos de atuarem em milícia, PMs espancam testemunha e são presos
Prisões preventivas foram cumpridas pela Operação Salvaguarda, deflagrada nesta terça-feira, 15, na Bahia

Dois policiais militares foram presos nesta terça-feira, dia 15, durante a Operação Salvaguarda, por obstrução de Justiça e ameaça, segundo informações do Ministério Público da Bahia (MP-BA). Os agentes foram denunciados pela Promotoria por atrapalharem investigações criminais, mediante agressões físicas, quanto à participação deles em milícia que atua no município de Santaluz e região, inclusive com prática de extermínio. Os policiais já eram investigados pela Operação Urtiga, deflagrada em junho de 2023, por crimes de homicídio e organização criminosa, informou a assessoria de imprensa do MP.
De acordo com as investigações, os dois policiais tiraram uma testemunha da própria casa e deram vários socos e chutes para assustá-la e obrigá-la a deixar de testemunhar sobre o grupo miliciano. O caso ocorreu em 25 de fevereiro de 2024. Ainda segundo a apuração, os dois teriam dito que matariam a pessoa agredida em caso de insistência em prestar depoimento à polícia.
Os investigadores apontam que a vítima das agressões teria informações importantes sobre ao menos dois homicídios cometidos pelos agentes públicos. A pena por matar alguém varia de 12 a 30 anos, em regime inicial fechado, segundo o Código Penal brasileiro.
A região de atuação do grupo criminoso fica no território do Sisal, composta por 20 cidades. Santaluz tem ao menos 40 mil habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2024. O município está a 280 km da capital Salvador.
Os mandados de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão foram cumpridos nos municípios de Santaluz e São Domingos pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco), com participação da Força Correcional Especial Integrada (Force), da Corregedoria Geral da Secretaria de Segurança Pública (SSP), e da Corregedoria Geral da Polícia Militar (Correg). Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara de Auditoria Militar de Salvador, que também recebeu a denúncia do Ministério Público.