Sem visita, sem celular e sem sair na rua: o que muda na vida de Bolsonaro
Alexandre de Moraes entendeu que ex-presidente descumpriu regras das cautelares e mandou-o para prisão domiciliar; entenda

A situação jurídica de Jair Bolsonaro ficou ainda mais delicada nesta segunda-feira, 4. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a ida dele para a prisão domiciliar, depois das participações virtuais que o ex-presidente fez nas manifestações a seu favor no último domingo, 3. Agora, ele não pode sair para a rua nem durante o dia, está proibido de usar celular, receber visitas e ter contato com os seus apoiadores.
Desde as cautelares que lhe foram impostas no dia 18 de julho, Bolsonaro passou a usar tornozeleira eletrônica e ficou proibido de sair de casa de noite (entre as 19h e as 6h) e aos finais de semana. Ele ainda podia se encontrar com seus aliados e apoiadores, participar das reuniões do PL, conceder entrevistas e andar nas ruas livremente. Havia uma limitação para viagens — o ex-presidente não podia deixar o perímetro de Brasília, onde ele vive com a esposa Michelle.
Leia a decisão de Moraes que mandou Bolsonaro para prisão domiciliar
Agora, a situação ficou pior. Com a prisão domiciliar decretada, Bolsonaro não pode sair de casa em nenhuma hipótese. Além de ficar recolhido o tempo todo, ele está proibido de receber visitas, com exceção de seus advogados. A prisão domiciliar é também uma forma de privação de liberdade, por isso, tem restrições parecidas com o regime fechado. Aliados, parlamentares do PL e seus próprios filhos estão impedidos de visitarem o ex-presidente.
Além disso, Bolsonaro também não pode mais ter celular. Antes, ele estava proibido apenas de usar redes sociais (tanto as suas quanto as de terceiros), mas ainda podia ter seu telefone, fazer ligações e mandar mensagens. Agora, logo depois da decisão de Moraes que impôs a prisão domiciliar, a Polícia Federal foi até a casa do ex-presidente apreender o seu telefone.
Na decisão, Moraes ainda fez uma advertência ao ex-presidente: se ele tentar burlar as novas restrições, pode terminar efetivamente atrás das grades. “O descumprimento das regras da prisão domiciliar ou de qualquer uma das medidas cautelares implicará na sua revogação e na decretação imediata da prisão preventiva”, diz o final da decisão.