Quem é a esposa de policial de São Paulo acusada de elo com o PCC
Casada com Rogério Felício, investigador da Polícia Civil que está preso, Danielle Bezerra teria atuado em esquema de lavagem de dinheiro, segundo o MP

As investigações sobre o assassinato do empresário Antônio Vinícius Gritzbach, morto a tiros no Aeroporto de Guarulhos em novembro passado, revelaram a participação da esposa de um dos policiais presos no esquema formado para apoiar as atividades da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Danielle Bezerra do Santos, casada com o investigador Rogério de Almeida Felício, conhecido como Rogerinho, é apontada pelo Ministério Público como peça importante no esquema de lavagem de dinheiro para a facção.
O MP-SP pediu a prisão preventiva de Danielle na sexta-feira passada, 21, mas a decisão judicial ainda não saiu. Ela é uma das 12 pessoas denunciadas por participação no atentado contra Gritzbach — oito deles são policiais. Além dela, foram acusados o empresário Ademir Pereira de Andrade, o advogado Ahmed Hassan Saleh, o investigador Eduardo Lopes Monteiro, o delegado Fabio Baena Martins, o investigador Marcelo Marques de Souza, conhecido como Marcelo Bombom, o investigador Marcelo Roberto Ruggieri, o empresário Robinson Ganger de Moura, o investigador Rogério Felício, o delegado Alberto Pereira Matheus Junior, o agente Valdenir Paulo de Almeida e o investigados Valmir Pinheiro.
Segundo o MP-SP, Danielle teria assumido a função de cobrar de outros integrantes da facção criminosa os créditos obtidos com atividades ilícitas. De acordo com o Ministério Público, ela fazia cobranças aos credores mediante ameaças de morte, usando o fato de o marido ser da Polícia Civil. Danielle também usava o temor e o respeito que outros integrantes da facção pelo fato de ela ter sido casada com dois importantes líderes do PCC: Janeferson Aparecido Mariano Gomes (morto na penitenciária) e Felipe Geremias dos Santos, conhecido como “Alemão”.
Os investigadores apontam ainda que Danielle e Rogerinho teriam atuado em conjunto para dissimular a origem de valores ilícitos. Em uma das operações, o casal tentou lavar pouco mais de 783 mil reais, em 2021, por meio de uma empresa laranja. Em outro momento da denúncia, os investigadores apontam indícios de que Danielle teria atuado para dissimular a origem de um relógio da marca Rolex que, segundo o MP, seria de propriedade de Gritzbach e estaria em posse de Rogerinho após achaque ao empresário.