Primeiro financiador dos atos de 8 de janeiro é denunciado pela PGR
Morador de Londrina (PR) é acusado por cinco crimes, incluindo golpe de Estado e associação criminosa
A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou nesta quinta-feira, 14, a primeira denúncia contra um suspeito de financiar os atos de 8 de janeiro, em Brasília, quando eleitores insatisfeitos com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas urnas invadiram e depredaram os prédios dos Três Poderes.
O acusado pela PGR é um morador de Londrina (PR), que teria fretado quatro ônibus para transportar dezenas de manifestantes do estado até Brasília para participar dos atentados. Além de financiar o transporte, ele também é suspeito de participar da organização dos protestos na capital federal e incentivar que pessoas aderissem às demonstrações.
A ação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) é assinada pelo subprocurador-geral Carlos Frederico Santos, responsável pela apuração dos atos de 8 de janeiro no Ministério Público Federal (MPF). O documento pede que o suspeito seja julgado por golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa armada, deterioração de patrimônio tombado e dano qualificado pela violência contra o patrimônio da União – a soma das penas previstas para esses crimes ultrapassa trinta anos de prisão.
Articulação do golpe
Segundo o MPF, o acusado teria atuado ativamente para incitar a derrubada do governo eleito e disseminar mensagens de teor golpista em grupos virtuais. A denúncia cita uma mensagem enviada no início do ano, na qual afirma que, em 6 de janeiro, um comboio de ônibus partiria de Londrina para Brasília visando a uma “tomada” do Congresso.
A PGR diz, ainda, que o homem desembolsou mais de 59 mil reais para fretar os ônibus e informou à empresa de transporte os dados dos 108 passageiros que se inscreveram, inicialmente, para viajar à capital. Um dos manifestantes que partiram de Londrina no comboio foi Orlando Ribeiro Júnior, que foi preso em flagrante depredando o Palácio do Planalto, na data dos atentados, e já foi condenado pelo STF a três anos de prisão.
Além de alugar os ônibus, o denunciado teria afirmado em mensagens que estava empenhado em arrecadar recursos para custear as manifestações, inclusive para despesas de alimentação dos participantes que chegaram a Brasília vindos de outras regiões do país.