Presidente da Fiocruz, Nísia Trindade deve ser a ministra da Saúde de Lula
Ela comanda a fundação fluminense desde 2017 e vai assumir a pasta após uma gestão tumultuada no governo Bolsonaro
O futuro presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve anunciar nesta quarta-feira, 14, o nome da atual comandante da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade, como a próxima ministra da Saúde. O anúncio seria feito nesta terça, mas o petista optou por bater o martelo no dia seguinte. Doutora em sociologia e mestre em ciência política, Trindade tem graduação em ciências sociais e está à frente da Fiocruz desde 2017.
Ela assumirá a pasta em meio à queda de coberturas vacinais país afora e à redução de verba orçamentária do ministério para 2023. Nísia será a sucessora de uma gestão tumultuada na pasta durante o governo Jair Bolsonaro, que teve quatro ministros na pandemia: Luiz Henrique Mandetta, Nelson Teich (que durou um mês no cargo), Eduardo Pazuello (que era general da ativa) e Marcelo Queiroga.
Na instituição fluminense, Nísia criou o Observatório Covid-19, uma rede de pesquisas de dados epidemiológicos que tem como objetivo monitorar a circulação do vírus no país, além de analisar os impactos da doença por todo o Brasil. Também foi durante a sua gestão que a Fiocruz criou um novo centro hospitalar no campus de Manguinhos, além de coordenar no Brasil o ensaio clínico Solidarity, da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Nísia é servidora da Fiocruz desde 1987, ano em que passou a atuar como pesquisadora da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), assumindo a direção da unidade de 1999 (até 2005). Nos anos seguintes, ela atuou como membro do conselho editorial da Editora Fiocruz, do comitê científico e da comissão executiva do 4º Congresso Mundial de Centros de Ciência. Participou da criação do curso de especialização em história da saúde na Amazônia, em parceria com o Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz Amazonas), e do Programa de Pós-graduação em História das Ciências e da Saúde da COC.