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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho, Heitor Mazzoco e Pedro Jordão. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Por que aliados de Lula veem Pacheco como ‘contenção’ ao ‘trator’ Lira

Presidente tem sido estimulado a se aproximar ainda mais do presidente do Senado, aliado estratégico em contraponto ao chefe da Câmara

Por João Pedroso de Campos Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 15 Maio 2024, 23h47 - Publicado em 18 jun 2023, 08h06

Os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), têm perfis de atuação política notoriamente muito distintos. Enquanto Lira não raro é descrito por aliados e adversários como um “trator”, Pacheco é adepto da “política à mineira” e os seus preceitos de conciliação e discrição. Como mostra reportagem de VEJA desta semana, as diferenças entre eles transbordam, consequentemente, às relações de cada um com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Neste sentido, não se ouve de Pacheco críticas públicas à recorrentemente desancada — não só por Lira — articulação de Lula com o Congresso. O mineiro tampouco tem histórico de proximidade com o bolsonarismo como Arthur Lira, que foi o grande fiador do governo anterior e, literalmente, vestiu a camisa do ex-presidente na campanha de 2022. Os posicionamentos fazem Pacheco ser visto no entorno de Lula como um aliado valioso, de quem o presidente deve se aproximar mais para criar um freio a Lira. “É a oportunidade de o presidente fazer uma contenção no Senado”, diz um cacique da Casa.

O presidente deve ao mineiro uma boa parte do ambiente que tem no Senado. Na última semana, o advogado Cristiano Zanin Martins, que defendeu Lula nos processos da Lava-Jato, percorreu os corredores do Senado em busca de apoio para ser confirmado ministro do Supremo Tribunal Federal. Foi bem recebido por praticamente todos os partidos e tem a aprovação dada como quase certa. O “beija-mão” oficial começou na segunda-feira 12, com uma visita a Pacheco, que o recebeu ao lado de Davi Alcolumbre (União-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça, órgão a quem compete inquirir os indicados ao STF. Conseguiu de imediato a confirmação da sua sabatina para o dia 21 de junho. Comparados aos quatro meses que teve de esperar o ministro André Mendonça, apoiado por Jair Bolsonaro, os onze dias entre a indicação e o anúncio da data da arguição dão a medida da boa vontade que o Senado tem com Lula — e esse nem foi um caso isolado.

Antes, Pacheco atuou em sincronia com o governo em relação à CPMI dos atos golpistas, destravando a sua instalação só depois que o Planalto passou a admiti-la e atuando para que o colegiado tivesse maioria governista. Mais recentemente, as votações da medida provisória que definiu a estrutura de ministérios escancaram mais ainda diferenças com Lira. Na noite de 31 de maio, com a MP prestes a caducar, o presidente da Câmara disse que os deputados não poderiam ser responsabilizados caso o texto fosse rejeitado ou nem levado à votação. A culpa, declarou, recairia sobre a falta de articulação política do Executivo. “Vamos conversar e sentir se a Câmara dará mais uma vez o crédito ao governo”, afirmou. A MP foi aprovada horas depois, já na madrugada de 1º de junho, dia em que perderia a validade.

Na Casa vizinha, o clima foi outro. Diante das incertezas, Pacheco se aprontou: suspendeu a sessão, ficou à espera da votação dos deputados e mostrou estar disposto a seguir noite adentro para garantir a Lula aquilo que, nas suas palavras, “é o DNA, é a essência do atual governo”. Sem sobressaltos, o texto foi aprovado pelos senadores no início da tarde de quinta, mesmo dia em que, com votações rápidas, chancelaram as MPs do Bolsa Família e do projeto de Lula que equipara salários de homens e mulheres em funções iguais.

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Interesses do governo no Senado

Nas próximas semanas, a aliança com Pacheco, Alcolumbre e outros caciques do Senado vai ser colocada novamente à prova. Além da indicação de Zanin, serão analisados os decretos de Lula que alteraram o marco do saneamento básico (e que foram derrubados pela Câmara), o novo marco fiscal (já aprovado pelos deputados) e a indicação do secretário–executivo da Fazenda, Gabriel Galípolo, para a diretoria do Banco Central.

Outro tema espinhoso e de interesse do Planalto é o marco temporal para demarcações de terras indígenas, aprovado na Câmara em maio. Alvo de pressões da bancada ruralista e de governadores como Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina, que foi a Pacheco pedir celeridade, o marco também está sob análise do STF. Por essa razão, e em acordo com lideranças governistas, Pacheco defendeu que o tema seja debatido pelos senadores sem “açodamento”.

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