Polícia mira suspeitos de aplicar golpes eletrônicos em 3 000 pessoas
Operação ocorre em quatro estados e investiga fraudes de 30 milhões de reais
A Polícia Civil de São Paulo deflagrou nesta quinta-feira, 30, uma operação em quatro estados contra grupos suspeitos de aplicar golpes eletrônicos em mais de 3 000 vítimas em todo o Brasil. A estimativa é que os prejuízos cheguem a 30 milhões de reais.
Ao todo, 660 policiais atuam em 27 municípios nos estados de São Paulo, Mato Grosso, Paraná e Tocantins contra investigados por crimes cibernéticos. Os agentes cumprem 167 mandados de busca e apreensão e um mandado de prisão.
Segundo a Polícia Civil, a operação, batizada de “Cyberconnect”, teve início a partir de cinquenta inquéritos relacionados a fraude, extorsão e estelionato instaurados na cidade de São José do Rio Preto (SP). As buscas ocorrem na capital paulista e na região metropolitana de São Paulo, além de municípios do litoral e do interior do estado e das cidades de Curitiba, Cuiabá e Palmas.
O secretário estadual de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, reforçou a importância da operação pela abrangência das investigações e pela ocorrência cada vez mais frequente de crimes de estelionato virtual. “É um prejuízo não só financeiro, mas também psicológico, porque as pessoas que caem nestes golpes virtuais, principalmente idosos, muitas vezes perdem tudo o que têm”, afirma. “Até então, as investigações eram feitas de forma difusa, o que dificultava a repressão.”
Dados do Anuário de Segurança Pública evidenciam que as fraudes eletrônicas vêm ganhando popularidade alarmante no Brasil. Somente em 2022, foram mais de 200 mil ocorrências de estelionato utilizando meios digitais, o que corresponde a uma alta de 65% em relação ao ano anterior, quando o crime ganhou tipificação própria dentro do Código Penal. Na prática, a cada dez golpes registrados no país, um deles foi aplicado por meio de algum canal virtual, incluindo ofertas enganosas de investimentos financeiros, falsidade ideológica e extorsão através das redes sociais.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), as investigações miram ao menos dez sites usados pelos criminosos para desvio de dinheiro através de fraudes.