PM da ativa que matou delator do PCC é preso em São Paulo
Operação da Corregedoria da PM mirou quinze agentes da ativa, da reserva e ex-integrantes da corporação que tinham envolvimento com a facção criminosa

A Corregedoria da Polícia Militar deflagrou nesta quinta-feira, 16, a Operação Prodotes contra quinze policiais militares suspeitos de envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Os agentes passavam informações sigilosas à organização criminosa. A maior parte dos alvos da operação já foi presa, inclusive, o autor dos disparos contra Vinicius Gritzbach, delator do PCC morto a tiros no dia 8 de novembro do ano passado no Aeroporto de Guarulhos. A identidade do homem que disparou contra Gritzbach ainda não foi revelada.
Segundo a Corregedoria da PM, quatorze policiais faziam a escolta privada de Gritzbach, réu por lavagem de dinheiro e envolvido em duplo homicídio – ele teria sido o mandante dos assassinatos dos integrantes do PCC Anselmo Becheli Santa, conhecido como “Cara Preta”, e Antônio Corona Neto, o “Sem Sangue”, em 2021. Mesmo com conhecimento sobre o passado criminosos de Gritzbach, os agentes faziam a sua segurança privada, o que caracteriza que os policiais militares participam de organização criminosa. O outro alvo da operação é acusado de ser o atirador no homicídio de Gritzbach. Os investigadores dizem que não há como confirmar se há relação entre o autor do tiro e os guardas da segurança particular de Gritzbach.
Na época do assassinato, os policiais já eram alvos de um inquérito policial militar, que foi instaurado em outubro do ano passado. A origem da investigação foi uma denúncia anônima recebida pela Corregedoria da Polícia Militar sobre possíveis vazamentos de ações dos agentes de segurança para integrantes do PCC e foragidos da Justiça – alguns deles foram identificados como Marcos Roberto de Almeida, o “Tuta”, e Silvio Luiz Ferreira, conhecido como “Cebola”. Entre os investigados há policiais da ativa, que seria o caso do autor dos disparos, da reserva e ex-integrantes da corporação.
Em novembro do ano passado, cerca de dez dias após a morte de Gritzbach, o secretário de Segurança de São Paulo, Guilherme Derrite, chegou a oferecer 50.000 reais para quem tivesse informações sobre o autor do crime. Uma das principais linhas de investigação dava conta do envolvimento de policiais civis no crime. Nesta quinta-feira, Derrite informou que a investigação ainda não terminou e, agora, o principal alvo é o mandante do assassinato de Gritzbach, que denunciou não apenas integrantes do PCC, como também policiais corruptos.