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Por José Benedito da Silva

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Brasil

‘Piratas do Caribe’: operação da PF mira contrabando de migrantes no Amapá

Segundo as autoridades, grupo criminoso atua na fronteira com a Guiana Francesa e maioria das vítimas tem nacionalidade cubana ou haitiana

Por Bruno Caniato SEGUIR SEGUINDO 29 set 2025, 08h37

Armas e dinheiro apreendidos durante operação da PF que mira contrabando de imigrantes no Amapá (Divulgação/Polícia Federal)

Nesta segunda-feira, 29, a Polícia Federal deflagrou uma operação no Amapá para combater o contrabando de migrantes na fronteira brasileira.

Batizada de “Piratas do Caribe”, a operação da PF mira uma organização criminosa responsável por extorquir imigrantes, a maioria vindos de Cuba e do Haiti, cobrando valores abusivos para transportá-los de Oiapoque, na fronteira entre Brasil e Guiana Francesa, até Macapá. Segundo as investigações, os migrantes que se recusassem a pagar as altas taxas sofriam intimidação, sob ameaça de serem entregues às autoridades e enviados de volta a seus países de origem.

Na operação de hoje, os agentes cumpriram 18 mandados de busca e apreensão nas cidades amapaenses de Oiapoque, Macapá, Santana e Tartarugalzinho. A Justiça também expediu ordens de uso de tornozeleira eletrônica contra 17 alvos suspeitos de integrar o grupo criminoso. De acordo com as autoridades, as investigações tiveram início a partir de uma denúncia à delegacia da PF em Oiapoque sobre extorsão de migrantes durante o deslocamento terrestre pelo estado.

No início de setembro, a Polícia Federal já havia deflagrado uma operação semelhante no Amapá. Na ocasião, os agentes desmontaram um esquema de contrabando de migrantes através de viagens clandestinas entre Brasil e Suriname, também passando pela Guiana Francesa — os criminosos cobravam valores exorbitantes em moeda estrangeira e prometiam passagem segura, para dentro e para fora do território brasileiro, a migrantes que não tivessem autorização legal para entrar ou sair do país.