‘Onisciente é Deus’, diz Malafaia sobre adesão a ato de Bolsonaro em SP
Organizador do ato, pastor evita projetar público para a Avenida Paulista; em Copacabana, a expectativa era reunir 500.000 pessoas, mas só 18.300 apareceram

No próximo domingo, 6, o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores mais próximos estarão reunidos na Avenida Paulista, em São Paulo, para pedir anistia aos presos do 8 de Janeiro — e também para demonstrar a força política do ex-presidente e mantê-lo no páreo para o jogo eleitoral de 2026. Se de um lado a presença de aliados fiéis ao ex-presidente é certa, de outro, o tamanho do público que deverá comparecer permanece uma incógnita.
“Eu até brinco com o pessoal que quem tem onisciência é Deus, não eu. Eu sei que vai ter muita gente. Agora, número, não sei”, disse o pastor Silas Malafaia, organizador da manifestação. Ele também esteve à frente do ato que aconteceu na praia de Copacabana no dia 16 de março, quando 18.300 pessoas compareceram, segundo levantamento do Monitor do Debate Político, do Cebrap, quando a expectativa era reunir 500.000 apoiadores.
Um fator que pode complicar o ato do próximo domingo é o tempo. A semana foi de chuvas na capital paulista e a previsão é de que na véspera do ato tenha fortes temporais e uma queda brusca nas temperaturas — a temperatura mínima do dia do ato prevista é de 16ºC. Em nota divulgada nesta sexta-feira, 4, a Enel, concessionária de energia que atende à cidade de São Paulo, disse que já colocou em prática o seu plano de contingência por conta da previsão do tempo de grandes precipitações.
Presença recorde de governadores
Uma das apostas destacadas por Malafaia é na presença de um número recorde de governadores na manifestação. Quatro são dados como certos: Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG), Ratinho Jr. (PR) e Jorginho Mello (SC). Dois gestores de estados que foram ao ato em Copacabana, Cláudio Castro (RJ) e Mauro Mendes (MT) são dúvidas. Também há expectativa sobre a participação de Wilson Lima (AM) e Ronaldo Caiado (GO). “Vai ser a maior manifestação com presença de governadores até hoje”, garante Malafaia.
Muitos desses nomes são cotados para suceder Bolsonaro em 2026. O próprio Caiado lançou oficialmente, nesta sexta-feira, 4, a sua pré-candidatura. O ex-presidente já admitiu em diversas ocasiões que se lançará à Presidência, mesmo que na pendência de recursos judiciais contra a sua inelegibilidade. Porém, o Supremo Tribunal Federal (STF) tem acelerado o trâmite do processo criminal em que o ex-presidente é réu pela tentativa de um golpe de estado, o que pode tirar Bolsonaro da vida política até o fim da vida, se ele for condenado.