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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho, Heitor Mazzoco e Pedro Jordão. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

O ‘timming’ de Zema ao decidir homenagear Hugo Motta

Governador concederá principal honraria de Minas no momento em que o presidente da Câmara é alvo da pressão bolsonarista

Por Valmar Hupsel Filho 12 abr 2025, 11h27

O governador de Minas, Romeu Zema (Novo) escolheu o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), como o principal homenageado da solenidade de entrega da Medalha da Inconfidência 2025, a mais alta honraria do estado.

A escolha não causa controvérsia, uma vez que o deputado assumiu o comando do Legislativo federal no início do ano, exceto pelo ‘timming’. 

Motta receberá a homenagem no momento em que vem sofrendo forte pressão de parlamentares bolsonaristas para pautar o Projeto de Lei que concede anistia aos condenados pelos atos de depredação aos prédios públicos na Praça dos Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023.

Resistente à proposta, Motta foi alvo de ataques de aliados bolsonaristas no ato pela anistia organizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, em São Paulo, no último domingo, 6. O mais exaltado deles, o pastor Silas Malafaia, que fez um discurso voltado ao parlamentar e  continuou os ataques nos dias seguintes, por meio das redes sociais.

Sob forte pressão, Motta vem tentando costurar uma alternativa. Nesta semana, ele se reuniu com o ex-presidente Jair Bolsonaro para discutir o assunto. Em paralelo, o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), que vinha colhendo assinaturas para o projeto, anunciou ter alcançado número mínimo suficiente para solicitar que a proposta seja analisada diretamente no plenário, o que aumentou sobre o presidente da Casa, responsável pela decisão.

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Caso aceite a honraria, cuja solenidade está marcada para o próximo dia 22 na cidade histórica de Ouro Preto (MG), Motta estará no momento de maior desgaste entre os bolsonaristas quando posar para foto ao lado de Zema. Isso pode ter um efeito inverso ao pretendido pelo mineiro e, em vez de ajudar, pode atrapalhar os planos políticos dele para o futuro.

O governador, eleito na onda bolsonarista de  2018 para seu primeiro cargo público, está no segundo mandato e vem se movimentando para sobreviver politicamente após entregar o cargo. Embora não seja alinhado com o bolsonarismo, ele é um dos nomes apontados como opção da direita para a eleição presidencial de 2026 e foi um dos sete governadores que estiveram no ato que Bolsonaro capitaneou na Avenida Paulista no último dia 6 de abril. Aliados próximos também sinalizam para a possibilidade de ele tentar uma vaga no Senado. Seja qual for o cargo pretendido pelo mineiro, ele vai precisar dos votos dos bolsonaristas.

Governador já disse que acabaria com as honrarias

Ao entregar a medalha a Mota, Zema faz um movimento político que já foi criticado por ele mesmo. Em seu primeiro ano de governo, quando ainda se apresentava como um “outsider”, o governador afirmou que pretendia acabar com as honrarias e entregas de medalhas. Em manifestação feita nas redes sociais em abril de 2019, Zema afirmou que o objetivo era “eliminar custos desnecessários ao governo”.

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“Precisamos eliminar custos desnecessários do governo. E não tem sentido gastar dinheiro público com tantas solenidades e homenagens como existem hoje. Por lei, são 11 medalhas diferentes, que só em 2018 geraram mais de 3 milhões de reais de gastos”, afirmou o governador na ocasião.

Nos anos seguintes, no entanto, Zema manteve a entrega das medalhas. No ano passado, os homenageados foram o ex-presidente Fernando Henrique Cardozo, a senadora Tereza Cristina (PL-MS) e o ex-jogador Ronaldo, o então presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto e o senador Irajá (PSD-TO). Destes, somente os dois últimos compareceram à cerimônia.

 

 

 

 

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