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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Bruno Caniato, Isabella Alonso Panho, Heitor Mazzoco e Pedro Jordão. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

O silêncio dos caciques do Centrão enquanto Bolsonaro está ‘por um fio’

Presidentes de algumas das maiores siglas do país, como PP, MDB, Republicanos e PSD, evitam comentar a situação difícil do ex-presidente

Por Isabella Alonso Panho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 22 jul 2025, 12h10 - Publicado em 22 jul 2025, 12h01

A delicada situação de Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) subiu mais um degrau na escala crítica na segunda-feira, 21, depois de, usando tornozeleira e impedido de usar redes sociais, ir pessoalmente ao Congresso e dizer que é, mais uma vez, vítima de uma perseguição. Seus advogados terão 24 horas para explicar o gesto, que foi considerado uma afronta às medidas cautelares judiciais que lhe foram impostas, sob pena de ir preso antes mesmo de o processo em que é acusado de tentativa de golpe ser julgado. O ex-presidente está por um fio no aspecto jurídico — mas também no político.

Os caciques de alguns dos maiores partidos do país, principalmente os que integram o chamado Centrão, estão em silêncio neste momento. Um dos maiores entusiastas do ex-presidente, Ciro Nogueira, que chefia o PP e foi ministro de Jair Bolsonaro, até lamentou a ordem do ministro Alexandre de Moraes para que o ex-presidente usasse tornozeleira eletrônica, na sexta-feira, 18, mas depois ficou distante das redes sociais até esta terça, 22, quando rompeu o silêncio com uma publicação, mas sobre economia, PIB e FMI.

No Republicanos, o presidente, Marcos Pereira, divulgou na segunda-feira, 21, uma convocação para que as pessoas se filiem à sigla. Apesar de terem sido aliados em 2018, o afastamento do pastor evangélico e de Bolsonaro não é de hoje e nem começou com o caso do golpe de estado. Outra prova de que o Republicanos não vai segurar a mão do ex-presidente nesse momento foi a decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (PB), que também é da sigla, de proibir as comissões de se reunirem na Casa durante o recesso parlamentar — o que sabota o plano dos bolsonaristas de forçarem um retorno às atividades.

Antonio Rueda, cacique do União Brasil, também está em silêncio. De acordo com informações do jornal O Globo, ele fará uma festa de aniversário de quatro dias em Mykonos, na Grécia, para comemorar seus 50 anos. O convite menciona festas luxuosas e jantares de altíssimo padrão.

Pelo lado do MDB e do PSD, chefiados por Baleia Rossi e Gilberto Kassab, também impera o silêncio sobre a situação crítica de Bolsonaro.

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Apesar da forte investida que parlamentares mais panfletários do PL fizeram na segunda, chefiados pelo deputado Sóstenes Cavalcante (SP), o cacique do partido, Valdemar Costa Neto, age de forma discreta diante da situação. Ele chegou a repudiar a ação da PF na sexta passada, mas vale lembrar que ele próprio chegou a ser investigado no caso da tentativa de golpe de estado e ficou preso alguns dias — mas, diferente de Bolsonaro, “entendeu” o recado da Justiça e não tentou desafiar o Supremo Tribunal Federal.

Uma das muitas explicações para esse isolamento político do ex-presidente, que fica cada dia mais claro, é a forma como a opinião pública tem o analisado. A crise do tarifaço fortaleceu o governo: uma pesquisa da Quaest divulgada na quinta passada, 17, mostrou que a rejeição de Luiz Inácio Lula da Silva caiu depois do episódio e o petista abriu vantagem sobre Bolsonaro caso as eleições fossem agora. A imposição da tarifa de 50% sobre a importação de produtos brasileiros, condicionada a livrar Jair Bolsonaro, foi um tiro que saiu pela culatra e virou a opinião do eleitorado contra ele.

Mesmo inelegível, Bolsonaro ainda tem um grande capital político e seu destino é determinante para o xadrez de 2026. No entanto, apesar de ter ganhado tração nos últimos anos desafiando o Supremo, a estratégia não tem mais funcionado como antes e tem o levado ao isolamento, elevando o custo político de apoiá-lo abertamente.

A resistência de Bolsonaro em passar o bastão e escolher um sucessor a tempo de se construir uma candidatura forte tem incomodado a direita, que, ao que tudo indica, irá para 2026 fragmentada em várias candidaturas para enfrentar uma esquerda que deve se unir em torno da reeleição de Lula.

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