O relógio de U$ 3,3 milhões que o Brasil confiscou do filho de um ditador
Objeto faz parte de uma relação de jóias apreendidas pela Justiça
A última viagem de Teodoro Nguema Obiang Mangue ao Brasil custou caro ao vice-presidente da Guiné Equatorial e filho do ditador do país africano. Assim que desembarcou no Aeroporto de Viracopos, em Campinas, em 2018, Teodorin, como é conhecido, foi barrado pela Receita Federal e viu suas malas serem apreendidas. Nelas, havia uma coleção de vinte relógios (avaliados em 15 milhões de dólares) e 1,4 milhão de dólares em espécie, tudo prontamente confiscado.
Após uma longa disputa judicial, Teodorin desistiu de tentar reaver os objetos apreendidos no terminal, sob a alegação de que seu país foi vítima de perseguição do Judiciário brasileiro. Mesmo que mantivesse a ação, um outro processo criminal, aberto por suspeitas de que ele praticava lavagem de dinheiro por aqui, acabou por determinar o sequestro desses e de outros bens. A soma de tudo chega a 56 milhões de dólares, o equivalente a mais de 277 milhões de reais.
Dentre todos os itens perdidos por Teodorin, como veículos, uma cobertura dúplex de quase 1.000 metros quadrados, um relógio cravejado de diamantes salta aos olhos de quem o observa. Com 512 diamantes, o Emperador Temple, da Piaget, tem formato de pirâmide e custa 3,3 milhões de reais. O relógio, um dos mais caros do mundo, conta com dois visores. O principal está coberto por 162 diamantes. Já a pulseira conta com as 350 pedras restantes.