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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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O que a ‘TV do Lula’ e a ‘TV do Bolsonaro’ têm em comum

De janeiro a outubro de 2021, programação normal em São Paulo, Rio e Brasília foi interrompida 177 vezes para transmitir eventos e falas do presidente

Por Da Redação
23 jan 2022, 14h54

Além de ajudar a promover o governo de turno, a TV Brasil, criada por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2007 e bastante utilizada por Jair Bolsonaro (PL) em 2021 para transmitir seus eventos e falas, tem outro ponto em comum nos dois governos: continua dando traço de audiência. Em dezembro passado, o canal público, ligado à EBC (Empresa Brasil de Comunicação), alcançou, segundo o Ibope: 0,35 ponto no conjunto das quinze praças onde é feita a medição. Em meados de 2010, no último ano do governo do petista, a TV Brasil marcava 0,45 ponto no Rio de Janeiro, 0,2 no Distrito Federal e 0,7 em São Paulo.

Como mostrou reportagem de VEJA desta semana, a programação da TV Brasil em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília foi interrompida pelo menos 177 vezes, de janeiro a outubro de 2021, para veicular eventos e falas de Bolsonaro que totalizaram 7 292 minutos no ar (121 horas). Homenagens a atletas militares, cerimônias de promoção de oficiais e de entrega de espadim a cadetes responderam por 26 entradas do presidente na programação. Já com evangélicos foram sete, como a da comemoração dos 110 anos da Assembleia de Deus no Brasil, realizada em Belém, e a consagração pública de pastores do Amazonas, além de uma missa católica com parlamentares celebrada em julho – no total, quase quatro horas de eventos religiosos. Em comparação, houve somente três aparições do presidente no mesmo período para tratar de ações de combate à Covid-19.

Na campanha de 2018, Bolsonaro chamava a TV Brasil de “TV do Lula” e prometeu privatizá-la ou até extingui-la. Hoje, os dados — fornecidos pela própria EBC à Câmara dos Deputados — revelam que ela virou a “TV do Bolsonaro”. A privatização continua distante.

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