Novos hotéis, Airbnb e uso de navios: o plano de Belém para sediar a COP30
Capital e região metropolitana têm 18.000 leitos, mas expectativa é que o evento atraia 50.000 visitantes em 2025
A mais de um ano da COP30 (a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), o principal evento ambiental do planeta, o governo do Pará se prepara para receber chefes de Estado, delegações estrangeiras e autoridades de todo o país em Belém. Um dos principais desafios da capital é a falta de leitos de hospedagem.
Belém e região metropolitana têm capacidade para hospedar 18.000 pessoas. A estimativa para a COP30, marcada para novembro de 2025, é de pelo menos 50.000. O cálculo é feito com base na conferência de Dubai, que recebeu 40.000 pessoas em 2023, no dia mais movimentado.
Além de aumentar o número de vagas, há a preocupação de oferecer hospedagens de várias categorias, da mais simples à mais luxuosa. O governo do Pará pretende construir dois hotéis cinco estrelas na cidade, com 200 quartos cada — a medida é uma exigência da própria ONU. Dois imóveis públicos serão reformados para isso, incluindo um antigo prédio da Receita Federal, que foi alvo de um incêndio em 2012. Segundo membros da administração estadual, há várias redes de hotéis interessadas, mas as negociações ainda não foram concluídas.
O governo paraense também planeja usar hospedagens temporárias em navios. Dois cruzeiros ficarão atracados em Belém durante o evento, com capacidade para cerca de 10.000 pessoas. O estado espera o aval do governo federal para obras de dragagem do porto da cidade.
A administração estadual ainda fechou acordos com a plataforma Airbnb. Segundo o governo, o número de imóveis cadastrados para aluguel na cidade passou de 700 pra 1.400.
Logística
Há outros problemas de logística no horizonte dos organizadores da COP30, tanto na esfera federal quanto municipal, como a mobilidade urbana, a segurança pública e até a oferta insuficiente de voos para a capital paraense. Nesse contexto, uma ala do governo federal defende a possibilidade de “fatiar” a COP e transferir algumas reuniões para outras cidades brasileiras, como São Paulo e Rio de Janeiro. O governador do Pará, Helder Barbalho, e o Palácio do Planalto negaram essa hipótese.