‘Não há sobreviventes’, diz coronel da PM sobre queda de avião em Vinhedo
Porta-voz da Polícia Militar informou que trabalho da perícia será complexo e que prioridade é identificar os corpos e encontrar a caixa-preta da aeronave
O coronel Emerson Massera, porta-voz da Polícia Militar de São Paulo, disse há pouco que não há sobreviventes entre os tripulantes e passageiros do avião da Voepass Linhas Aéreas (ex-Passaredo) que caiu na tarde desta sexta-feira, 9, em Vinhedo, no interior do estado. O voo, que levava 57 passageiros e quatro tripulantes, ia de Cascavel (PR) para o aeroporto internacional de Guarulhos (SP).
Com 61 vítimas, o acidente é o mais mortal desde a tragédia envolvendo um Airbs A320 da TAM (voo 3054) em julho de 2007, quando 199 pessoas morreram. O desastre de Vinhedo é também o sexto maior da história — leia matéria sobre isso aqui. Inicialmente, a Voepass havia informado que havia 58 passageiros a bordo, mas retificou o número para 57 por volta das 17h30.
A queda no interior de São Paulo, em uma área residencial, foi gravada por moradores e compartilhada nas redes sociais — veja matéria aqui. Logo após o choque com o chão, formou-se uma nuvem de fumaça preta. Após o trabalho de uma equipe de 50 bombeiros trabalha para esfriar o local, a entrada da perícia foi liberada por volta das 17h.
“Infelizmente, pela nossa visualização não há sobreviventes. Então, a partir do momento que não há sobreviventes, não há motivo para pressa. O importante agora é a qualidade dos trabalhos”, afirmou Massera. “A identificação dos corpos não vai ser uma tarefa muito fácil. Existe ainda a preocupação tanto com a avaliação das causas do acidente, quanto a localização dos corpos”, completou.
Segundo informações do serviço FlightAware, o avião decolou de Cascavel às 11h50 desta sexta-feira e a previsão de chegada a Guarulhos era de 13h45. Dados do monitor global de voos FlightRadar indicam que o avião pode ter atingido mais de 152 quilômetros por hora na queda. Segundo a plataforma, a aeronave estava a 17.025 pés (5.189 metros) de altitude — leia matéria aqui.
Massera estima que o trabalho da perícia será complexo. Além da identificação dos corpos, os agentes vão procurar a caixa-preta da aeronave para apurar as causas do acidente. O local da tragédia está isolado e, apesar de se tratar de um condomínio residencial, não há registros de vítimas que estavam em solo. O relato de vizinhos dá conta que o avião caiu na vertical, o que evitou que as casas fossem atingidas.
De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar de São Paulo, a ocorrência foi registrada às 13h28 na rua João Edueta, na altura do número 2.500, próximo à rodovia Miguel Melhado de Campos (SP-324). Sete equipes foram mobilizadas para atender ao chamado. O governo paulista informou que a Polícia Civil e a Polícia Militar estão no local, além de equipes da Polícia Técnico-Científica e do Instituto Médico Legal (IML).
O trabalho de resgate e identificação das vítimas ocorre concomitantemente ao da perícia. A unidade central do IML de São Paulo reforçou o atendimento para receber os corpos. O local conta com uma equipe de odontologia legal, antropologia, radiologia e mais de 20 médicos.