Moro compara Nadine Heredia com Cesare Battisti e critica asilo político
Ex-primeira-dama do Peru foi condenada por receber dinheiro da antiga Odebrecht (hoje Novonor); defesa alega que houve motivação política

O ex-juiz federal e senador Sergio Moro (União Brasil-PR) comparou o asilo político que o Brasil concedeu à ex-primeira-dama do Peru Nadine Heredia com o caso de Cesare Battisti, terrorista italiano que integrou grupos comunistas e foi condenado na Justiça de seu país por quatro assassinatos.
“Nadine Heredia, a primeira-dama corrupta da Odebrecht, é o novo Cesare Battisti, o assassino asilado pelo PT. Lula tem uma queda por bandidos e prejudica a imagem do Brasil”, disse o parlamentar nas redes sociais.
Nadine Heredia, a primeira-dama corrupta da Odebrecht, é o novo Cesare Battisti, o assassino asilado pelo PT. Lula tem uma queda por bandidos e prejudica a imagem do Brasil. pic.twitter.com/8y8BHii5ku
— Sergio Moro (@SF_Moro) April 17, 2025
O governo brasileiro concedeu asilo político a Heredia esta semana e disponibilizou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para trazê-la do Peru ao território nacional. Ela chegou ao Brasil nesta quarta, 16, após pedir refúgio na embaixada brasileira.
Ela alega ser vítima de uma perseguição política em uma ação em que ela e seu marido, o ex-presidente Ollanta Humala, foram condenados a quinze anos de prisão por supostamente receberam verbas ilícitas da antiga Odebrecht (hoje Novonor) para financiar suas campanhas eleitorais. Outro ponto que foi levado em consideração pelas autoridades brasileiras é estado de saúde de Heredia. Ela está com câncer. O gesto indignou bolsonaristas e militantes à direita.
Asilo político
Battisti já estava condenado pela Justiça italiana quando foi preso em solo brasileiro em 2007. Dias antes de terminar seu segundo mandato presidencial, Lula lhe concedeu asilo político, gesto que ainda pesa contra a sua imagem.
Anos mais tarde, em 2018, o asilo de Battisti havia sido anulado e o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a sua prisão. O italiano foi capturado na Bolívia, que concedeu sua extradição para a Itália, onde ele cumpre pena atualmente.