Metade dos brasileiros diz que não se importa com Trump na hora de votar

Apesar do estardalhaço nas redes sociais provocado pelo tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a ameaça americana tem mais impacto eleitoral sobre eleitores muito fiéis ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou ao ex-presidente Jair Bolsonaro do que os brasileiros mais moderados. É o que indica pesquisa Genial/Quaest publicada nesta quarta-feira, 16.

Para 53% dos entrevistados, a carta publicada por Trump na última semana não influencia a decisão eleitoral no pleito de 2026, enquanto 19% se disseram mais dispostos a votar em Lula e outros 19% afirmaram que ficam mais dispostos a escolher Bolsonaro (hoje inelegível) ou um candidato apoiado por ele.

O recorte por posicionamento político indica que o efeito do tarifaço é mais acentuado sobre eleitores já fortemente alinhados à polarização entre Lula e Bolsonaro. Para 43% dos lulistas, a carta de Trump aprofunda o apoio ao atual presidente, ao passo que 59% dos bolsonaristas dizem que o anúncio dos Estados Unidos reforça o desejo de votar no ex-mandatário ou em seus aliados. Curiosamente, 2% dos petistas e 3% dos bolsonaristas responderam que o ataque americano os incentiva a votar no candidato rival em 2026.

Pesquisa Genial/Quaest sobre a opinião pública em relação ao tarifaço dos Estados Unidos, publicada em julho de 2025

Por outro lado, o levantamento aponta que a ameaça de Trump contra a economia brasileira provocou um claro sentimento de união nacional entre o eleitorado brasileiro. Nada menos que 84% dos entrevistados afirmam que “governo e oposição deveriam se unir em defesa do Brasil”, contra 9% que descartam uma aproximação entre os extremos políticos. O desejo por uma resposta unificada contra o ataque dos EUA se estende a 93% dos lulistas, 74% dos bolsonaristas e 84% daqueles que não manifestaram alinhamento a nenhum dos dois presidentes.

A Quaest entrevistou 2.004 eleitores acima de 16 anos de idade, em 120 municípios em todas as regiões brasileiras, entre os dias 10 e 14 de julho de 2025. O grau de confiança do levantamento é de 95% e a margem de erro é estimada em 2 pontos percentuais (pp) para mais ou para menos.

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