Maior bola fora de Lula na ‘Time’ não foi sobre a Ucrânia
Ex-presidente derrapou feio ao responder pergunta sobre um tema que aparece como preocupação principal hoje dos eleitores

Capa da revista americana Time desta semana, o ex-presidente e pré-candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou a atenção não só por ter dito que os presidentes da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e dos Estados Unidos, Joe Biden, compartilham com o russo Vladimir Putin a responsabilidade pela guerra. Contrariando o que seus correligionários têm defendido por aqui, Lula afirmou que não pretende discutir políticas econômicas durante a campanha, antes de vencer a eleição.
“Sou o único candidato com quem as pessoas não devem se preocupar (em relação à política econômica), porque já fui presidente duas vezes. Não discutimos políticas econômicas antes de vencer as eleições. Primeiro, você tem de ganhar as eleições. Em vez de perguntar o que eu vou fazer, apenas olhe para o que eu fiz”, disse o petista, surpreendendo até a repórter que o entrevistou, que destacou em seu texto que a questão econômica está no centro do debate eleitoral no Brasil. Além disso, os desafios para o país nessa área são muito maiores do que os do passado, quando Lula sucedeu Fernando Henrique Cardoso e herdou dele o cenário de estabilidade econômica.
Integrantes do PT e outros aliados de Lula defendem que o ex-presidente foque na economia — inflação alta, desemprego, aumento da pobreza são os temas que aparecem nas pesquisas como prioridades dos eleitores — e fuja dos temas caros a seu principal adversário, Jair Bolsonaro (PL), como os da pauta de costumes. Nas últimas semanas, Lula já havia dado uma série de declarações consideradas desastrosas do ponto de vista eleitoral — como sobre a descriminalização do aborto e a “preferência” de Bolsonaro pela polícia.