Lula: ‘Crime organizado que se prepare, porque a Justiça vai derrotá-los’
Centro de cooperação policial vai reunir estados e países da Amazônia para combater tráfico de drogas, garimpo ilegal, desmatamento e lavagem de dinheiro
Em discurso de cerca de dez minutos, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), participou nesta terça-feira, 9, da inauguração do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI Amazônia), sediado em Manaus, que terá missão de integrar as polícias de nove estados brasileiros com as outros oito países no combate ao crime organizado transnacional que atua no contrabando de armas, tráfico de drogas, garimpo ilegal, contrabando, lavagem de dinheiro e desmatamento. “O crime organizado que se prepare, porque a Justiça vai derrotá-los”, afirmou Lula ao final do discurso. Entre as metas do CCPI está zerar o desmatamento até 2030. “Para combater crime de forma efetiva, é preciso neutralizar suas lideranças e asfixiar seus mecanismos de financiamento”, afirmou Lula.
O CCPI Amazônia, segundo o governo federal, vai articular a Polícia Federal (PF), a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a Força Nacional e as forças policiais dos nove estados da Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins). Outros oito países, como Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname também participaram de maneira coordenada no combate ao crime organizado na região.
Entre os grupos criminosos que atuam na região está o Tren de Aragua, originário da Venezuela, segundo relatou o delegado de Repressão às Organizações Criminosas de Roraima, Wesley Costa de Oliveira, em entrevista a VEJA. O bando atua até como coiotes no contrabando de pessoas. Eles também traficam e vendem armas para, por exemplo, o Primeiro Comando da Capital (PCC).
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou que o avanço das organizações criminosas e mafiosas, no ritmo em que ocorre, pode transformar países em narcoestados. “As ameaças constituem ameaça a própria soberana. Por isso o combate não pode ser mais local ou nacional. Precisa ser um combate que tenha colaboração dos destintos países no combate ao crime organizado, que se espalha globalmente. A criação desse centro, com essa visão, é pioneira no mundo. O combate deve ser de forma integrada, de forma conjunta”, disse o titular da pasta.
O CCPI tem investimento de 36,7 milhões de reais do Fundo Amazônia, coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e gerido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A estrutura funciona como núcleo de inteligência e cooperação policial. Fortalece a presença do Estado e das forças engajadas na prevenção, repressão, inteligência policial e investigação de crimes na região amazônica, espera o governo.
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, lembrou indiretamente das operações de órgãos federais e do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) no final de agosto, quando cerca de 400 mandados de busca e apreensão e prisões atingiu empresários, advogados e o PCC, ao comentar sobre a atuação policial. “Não só nas periferias, mas como disse o ministro Ricardo Lewandowski recentemente, também no andar de cima. Sem proteger quem quer que seja e sem perseguir ninguém”, afirmou.
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