Gol terá primeira audiência de recuperação judicial em NY na segunda-feira
Justiça dos EUA vai ouvir companhia aérea sobre pedido para reestruturar dívida que pode superar R$ 40 bilhões
A etapa inicial do julgamento de recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos terá início já na manhã da próxima segunda-feira, 29. O juiz Martin Glenn, presidente do Tribunal de Falências do Distrito Sul de Nova York, agendou a primeira audiência com a companhia aérea para as 9h do horário local (11h de Brasília).
Na sessão, Glenn deve ouvir representantes da GOL Linhas Aéreas Inteligentes S.A. e também da GOL Finance, subsidiária constituída como sociedade de propósito específico em Luxemburgo. A audiência vai determinar as regras da reestruturação da dívida da Gol para que a empresa possa continuar operando enquanto elabora um plano para quitar seus compromissos com os credores.
Ao solicitar a recuperação judicial nos EUA, a companhia propôs um compromisso de levantar 950 milhões de dólares (mais de 4,6 bilhões de reais) em financiamento com acionistas da Abra, holding que controla a Gol e a Avianca. A Justiça norte-americana ainda precisa aprovar a proposta para que o processo siga adiante.
Dívida bilionária
Na última segunda-feira, 25, a Gol enviou à Justiça um pedido de entrada no chamado Chapter 11, o equivalente à recuperação judicial no Brasil, alegando dificuldades para pagar dívidas que podem chegar a mais de 40 bilhões de reais. A solicitação visa proteger os ativos da empresa durante a reestruturação interna, evitando que os credores forcem a venda de aeronaves e equipamentos que seriam essenciais para levantar fundos e quitar os débitos.
O principal credor da Gol, hoje, é o banco americano BNY Mellon (Bank of New York Mellon) – a instituição tem diversos títulos de dívida da companhia aérea, sendo um deles de mais de 353 milhões de dólares (aproximadamente 1,7 bilhões de reais). Em seguida vem o Comando da Aeronáutica, entidade que controla a Força Aérea Brasileira (FAB), com direito a receber 222 milhões de dólares da empresa. A lista de credores inclui também o Banco do Brasil, o Ministério da Fazenda, a Infraero e a Vibra Energia, subsidiária da Petrobras que distribui combustíveis para aviação no país.