Furnas ensaia recuperação do nível das represas, mas sinal ainda é amarelo
Reservatórios chegaram a 19,55% de água após 28 dias consecutivos de aumento, mas índice ainda é bem próximo do verificado às vésperas do apagão de 2001
O aumento das chuvas no Sudeste deu um alívio para os reservatórios da região e os índices pluviométricos acima do previsto pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) já começaram a mostrar seus resultados. No reservatório de Furnas, considerado uma das principais caixas d’água do país, o percentual de abastecimento chegou a 19,55% na terça-feira, 2, somando 28 dias consecutivos de alta no nível da represa – a última vez que o percentual atual foi registrado foi em 19 de agosto.
Além do reservatório de Furnas, os outros que compõem a bacia do Rio Grande também apresentaram ligeira melhora. Em Mascarenhas de Moraes, o nível chegou a 20,4%, sendo que, no início de outubro, o percentual era de 13,8%, o pior registrado em 2021. Já em Marimbondo, a capacidade está em 12,6%, ante um percentual de 7,6% atingido em 29 de agosto, enquanto em Água Vermelha o abastecimento está em 10,8% – o reservatório chegou bem próximo de zero em dezembro do ano passado.
Apesar desse princípio de recuperação, o sinal ainda é amarelo para o ONS devido ao cenário de escassez vivido nos últimos meses. Os indicadores dos reservatórios, por enquanto, são muito parecidos com o registrado em junho de 2001, pouco antes do apagão no governo Fernando Henrique Cardoso — 16,63%.
Caso se confirme a previsão de aumento das precipitações em novembro – a estimativa é que o incremento seja de 106% em comparação com a média histórica –, os reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste devem terminar o mês com capacidade de 18,7%. O último boletim do ONS aponta ainda que os reservatórios do Sul atingirão nível de 45,6% e a estimativa é de que os reservatórios localizados na região Nordeste terminem o mês com 35,9%, seguido pelo Norte, com 35,7% de sua capacidade.