Ex-presidente da Petrobras e do BB derruba provas da Odebrecht no STF
Aldemir Bendine foi acusado pela Lava Jato de receber R$ 3 milhões, com base em material apresentado pela empreiteira em seu acordo de leniência
Não para de crescer a lista de beneficiados por decisões do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, que anulam provas apresentadas pela Odebrecht em seu acordo de leniência a respeito do pagamento de propinas a políticos e autoridades. Ex-presidente da Petrobras e do Banco do Brasil nos governos Lula e Dilma Rousseff, Aldemir Bendine conseguiu uma decisão favorável de Toffoli nesta quinta-feira, 10.
Acusado na Operação Lava Jato de receber 3 milhões em propina da Odebrecht, Bendine havia pedido que fosse aplicada a ele a anulação do conteúdo dos sistemas Drousys e MyWebDay B, que geriam o “departamento de propinas” da empreiteira. O conteúdo baseia a denúncia do Ministério Público Federal contra ele.
Toffoli já havia declarado imprestável o material em relação ao publicitário André Gustavo Vieira, réu no mesmo processo e apontado como intermediário dos pagamentos a Aldemir Bendine. A decisão do ministro em relação a Vieira, por sua vez, estendeu a ele o entendimento do ex-ministro Ricardo Lewandowski de anular provas da Odebrecht contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Além de Lula e Bendine, a relação de beneficiados por anulações de provas da Odebrecht inclui o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), o ex-senador Edison Lobão, os ex-governadores Beto Richa (PR), Sérgio Cabral (RJ), Anthony Garotinho (RJ) e Rosinha Garotinho (RJ), o deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ), o ex-ministro Paulo Bernardo (PT), o ex-presidente da Fiesp Paulo Skaf, o empresário Walter Faria, da Cervejaria Petrópolis, e o diretor do Instituto Lula Paulo Okamotto, entre outros.