Encontro reúne Bolsonaro, deputados e o futuro líder da oposição na Câmara

O deputado Luciano Zucco (PL-RS) deve ser o próximo líder da oposição. Pelo menos, foi isso que ele acertou com o cacique do partido, Valdemar Costa Neto, e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Nesta terça-feira, 17, o parlamentar recebeu em seu apartamento em Brasília um grupo de deputados bolsonaristas e o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro para conversar sobre as estratégias da oposição em 2025. “Vamos trabalhar muito nas comissões temáticas e nos órgãos de fiscalização e controle, TCU, CGU”, disse Zucco.

Quase vinte deputados estiveram no apartamento do parlamentar gaúcho. Há uma solicitação para aumentar o número de vice-líderes da oposição – hoje são nove. A expectativa é que o grupo que se reuniu nesta terça-feira possa entrar na vice-liderança. Caso a oposição não consiga formalizar a demanda, Zucco quer formar alianças coesas para o próximo ano. “Sempre que necessário a gente pode ter de substituir, então é importante ter um grupo fechado”, destacou.

Entre os participantes, estavam os deputados Cabo Gilberto (PL-PB), Capitão Alden (PL-DF), Chris Tonietto (PL-RJ), Coronel Assis (União-MG), Coronel Ulysses (União-AC), Evair de Mello (PP-ES), Gustavo Gayer (PL-GO), Marcos Pollon (PL-MS), Osmar Terra (MDB-RS), Paulo Bilynskyj (PL-SP), Rodolfo Nogueira (PL-MS) e Ubiratan Sanderson (PL-RS).

Com 95 deputados, o PL tem a maior bancada da Câmara e por isso indica o líder da oposição. O partido alterna os quadros que ocupam o cargo para dar destaque aos deputados. Neste ano, o líder da oposição é Filipe Barros (PL-PR). O tenente-coronel Zucco, que deve assumir a liderança na próxima legislatura, é uma das apostas da sigla para concorrer ao governo do Rio Grande do Sul.

Prisão de Braga Netto

Um dos assuntos tratados na reunião foi sobre a prisão do general Walter Braga Netto, filiado ao PL e ex-candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro em 2022. Os deputados da oposição consideram a prisão “irregular” e defendem uma tese do jurista Ives Gandra.

O advogado é o principal mentor da tese de que o artigo 142 dá às Forças Armadas “o poder moderador” de um país no caos. Segundo a investigação da Polícia Federal, essa teoria poderia ser usada para impedir que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva subisse a rampa do Palácio do Planalto para seu terceiro mandato.

Sobre a prisão de Braga Netto, Gandra gravou um vídeo relembrando uma decisão do ministro Gilmar Mendes, do STF, que contesta prisões baseadas em delação premiada. A detenção de forma preventiva do general Braga Netto ocorreu após o depoimento mais recente do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid.

As críticas à prisão de Braga Netto e os planos para 2025 serão expostos pelos deputados da oposição em uma entrevista coletiva marcada para as 11h desta quarta-feira, 18.

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