Em briga alagoana, prima de Arthur Lira processa Renan Calheiros no STF
Pauline Pereira atribui crimes de calúnia e difamação ao senador em razão de declaração dele a respeito de hospital de Maceió

O Supremo Tribunal Federal (STF) analisará mais um capítulo da briga entre o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o senador Renan Calheiros (MDB-AL), que já se espraia entre integrantes dos grupos políticos deles em Alagoas. Pauline Pereira, prima de Lira, acaba de protocolar no STF uma queixa-crime contra Renan acusando-o dos delitos de calúnia e difamação, por tê-la citado em termos nada elogiosos durante um discurso em maio.
Ao participar da inauguração de uma creche em Rio Largo (AL), o emedebista atacava Lira quando afirmou que Pauline foi indicada pelo presidente da Câmara à diretoria financeira do Hospital Veredas, em Maceió, para “drenar” recursos da unidade de saúde. O hospital passa por uma crise financeira e está com os salários dos servidores atrasados.
“O que o Arthur Lira fez com o Hospital Veredas, botou a ex-prefeita de Campo Alegre para ser diretora financeira, para drenar, pela diretoria financeira, os recursos públicos do hospital e hoje o Hospital Veredas está paralisado, com cinco meses de salário atrasado”, declarou o senador.
Na ação no STF, os advogados de Pauline Pereira, que é ex-prefeita de Campo Alegre (AL), afirmam que o governo de Alagoas tem dívidas com o hospital e citam uma manifestação da Procuradoria-Geral do Estado segundo a qual o problema remete à gestão do ex-governador Renan Filho (MDB). A defesa da prima de Lira sustenta que a imunidade parlamentar de Renan não deve ser aplicada neste caso, pois as acusações dele contra Pauline, que atribuem crimes a ela, não teriam relação com seu mandato de senador.
Os defensores pedem ao STF que seja oferecida a Renan Calheiros a oportunidade de se retratar das declarações por meio de suas redes sociais. Solicitam também uma decisão liminar que impeça o emedebista de citar o nome de Pauline Pereira em novas manifestações, sob pena de multa.
Antes de sua prima, Arthur Lira já havia processado Renan em razão das mesmas declarações, em ação movida na primeira instância da Justiça do Distrito Federal. Depois de o juiz responsável declinar da competência do caso para o STF, o processo chegou à Corte na segunda-feira da semana passada.