Destino de Robinho, ‘presídio das estrelas’ abrigou Suzane e filho de Pelé
Penitenciária no interior de São Paulo para onde ex-jogador foi levado abrigou outros célebres condenados pela Justiça
O ex-jogador Robinho chegou na madrugada desta sexta-feira, 22, à Penitenciária de Tremembé II, no Vale do Paraíba paulista, onde começa a cumprir pena de nove anos por estupro coletivo de uma jovem na Itália. Nas últimas décadas, a prisão ganhou a alcunha popular de “presídio das estrelas” como destino de uma ampla lista de notórios condenados por crimes de alta repercussão no Brasil.
O presídio, cujo nome oficial é Doutor José Augusto César Salgado, fica a 150 km de São Paulo e tem capacidade para abrigar 584 detentos — hoje tem 434, segundo a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária. As celas têm capacidade para até oito presos.
O local abriga presos tanto do regime fechado quanto do semiaberto. No local, funcionam oficinas e fábricas da Fundação Professor Doutor Manoel Pedro Pimental (Funap), que permitem que os presos possam trabalhar: nos locais são produzidos móveis escolares, fechaduras e produtos de limpeza, entre outros.
Veja, a seguir, algumas das “celebridades” presas em Tremembé e como estão hoje.
Suzane Von Richthofen
Em 2002, a jovem de 21 anos foi condenada a 39 anos de prisão por planejar e executar o homicídio dos próprios pais. Após cumprir mais de vinte anos de sentença em Tremembé, ela conseguiu a progressão de pena para o regime aberto e foi libertada em janeiro do ano passado.
O ex-namorado de Suzane, Daniel Cravinhos, também condenado pela morte dos ex-sogros, deixou a mesma cadeia em 2018 — já seu irmão e cúmplice no crime, Cristian Cravinhos, continua detido no local.
Casal Nardoni
Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá foram condenados em 2010 por matar a filha de Nardoni, Isabela, de apenas 5 anos de idade. Após agredir violentamente a menina e deixá-la desacordada, pai e madrasta pensaram que a criança estava morta e a atiraram de uma janela no sexto andar de um prédio em São Paulo.
Atualmente, Alexandre cumpre pena de 30 anos em regime semiaberto, enquanto Anna Carolina, sentenciada a 26 anos, está no regime aberto. Na última sexta-feira, 15, ambos conseguiram autorização judicial para participar como padrinhos em um casamento na Zona Norte da capital paulista.
Elize Matsunaga
Elize Matsunaga chegou à Penitenciária de Tremembé em junho de 2012, suspeita de matar e esquartejar o marido, Marcos Matsunaga, proprietário da gigante alimentícia Yoki. Na época, o caso ganhou repercussão pela frieza do homicídio — as investigações descobriram que ela degolou o cônjuge ainda vivo e, após assassiná-lo, desmembrou o corpo, escondeu as partes em uma mala e livrou-se do cadáver.
Em 2016, Elize foi condenada a quase vinte anos de prisão pelo crime. Seis anos depois, ela conquistou na Justiça a liberdade condicional e cumpre pena em liberdade até o momento.
Pimenta Neves
O jornalista Antônio Marcos Pimenta Neves, ex-diretor de redação do jornal Estado de São Paulo, foi preso em Tremembé em maio de 2011, onze anos depois de assassinar a tiros a ex-namorada, a também jornalista Sandra Gomide, em Ibiúna, no interior paulista. Condenado inicialmente a 15 anos de prisão, Pimenta Neves tem hoje 87 anos de idade e cumpre pena em liberdade.
Roger Abdelmassih
Médico respeitado e um dos maiores especialistas brasileiros em medicina geneticista, Roger Abdelmassih causou revolta nacional após a revelação de que, entre 1995 e 2008, ele havia abusado sexualmente de pelo menos 37 mulheres que foram suas pacientes. O escândalo foi revelado em 2009 e, no ano seguinte, a Justiça o condenou a mais de 173 anos de prisão pelos crimes de estupro, atos libidinosos e atentados violentos ao pudor.
Aos 80 anos de idade, Abdelmassih ainda cumpre pena no presídio de Tremembé II. A defesa do médico chegou a entrar com um pedido de “prisão domiciliar humanitária” em razão de problemas de saúde, mas o recurso foi negado pela Justiça de São Paulo em novembro do ano passado.
Ex-goleiro Edinho
O ex-jogador Edson Cholbi Nascimento, conhecido popularmente como Edinho, foi detido em Tremembé em 2005 por acusações de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro — na época, o filho do Rei Pelé atuava como goleiro do Santos. Em 2014, a Justiça de São Paulo condenou o atleta a 33 anos de prisão por envolvimento com Ronaldo Duarte Barsotti, o “Naldinho”, um dos maiores traficantes da Baixada Santista e ligado à facção do Comando Vermelho.
Em 2019, Edinho conseguiu a progressão para o regime aberto e, no ano seguinte, começou a atuar como técnico da categoria de base do Santos. Ele ficou no cargo até 2021, quando assumiu o treinamento da equipe sub-20 do Londrina, onde ficou até o ano passado e, desde então, está sem clube.