Decisão de investigar Bolsonaro coloca na mira também o Gabinete do Ódio
Segundo Ministro do STF, está comprovada a existência de uma estrutura de disseminação de ataques que segue sempre o mesmo modus operandi
A decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes que inclui a última live de Jair Bolsonaro (sem partido) no inquérito das fake news, devido aos ataques ao sistema eleitoral, expõe descobertas da investigação que corre há dois anos no tribunal, como o modus operandi da disseminação de mensagens com ataques às instituições e, em especial, ao Judiciário.
“As investigações realizadas no presente inquérito indicaram a existência de uma associação criminosa, denominada ‘Gabinete do Ódio’, dedicada à disseminação de notícias falsas, ataques ofensivos a diversas pessoas, às autoridades e às instituições, entre elas o Supremo Tribunal Federal, com flagrante conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática”, escreveu o ministro.
Para Moraes, a estrutura criminosa identificada no inquérito das fake news é similar à encontrada no inquérito dos atos antidemocráticos, com divisão em núcleos de atuação: produção do material, divulgação, político e financeiro. “Essa estrutura, aparentemente, estaria sendo financiada por empresários que, conforme os indícios constantes dos autos, atuariam de maneira velada fornecendo recursos das mais variadas formas”, afirmou Moraes.
Ainda segundo o ministro, as apurações apontam que ataques “coordenados e sistemáticos contra as Instituições, o Estado de Direito e a Democracia” ocorrem sempre no mesmo dia ou no dia seguinte de manifestações feitas por Bolsonaro. “Os laudos produzidos identificaram o comportamento atípico dos ataques sistematizados, iniciando-se de forma concomitante e cessando a comando específico, indicando o uso das redes sociais não como meio de liberdade de expressão, mas sim como instrumento de agressão, de propagação de discurso de ódio e de ruptura ao Estado de Direito e da Democracia.”
Nesse contexto, de acordo com o ministro, a live de Bolsonaro com ataques às urnas e sua posterior divulgação “se assemelham ao modus operandi anteriormente detalhado e investigado nos autos deste inquérito”. “O pronunciamento do presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, se revelou como mais uma das ocasiões em que o mandatário se posicionou de forma, em tese, criminosa e atentatória às Instituições, em especial o STF – imputando aos seus ministros a intenção de fraudar as eleições para favorecer eventual candidato – e o Tribunal Superior Eleitoral –, no contexto da realização das eleições previstas para o ano de 2022”, concluiu.
Confira as 30 companhias ganhadoras da edição ‘Top 30 Melhores Empresas do Brasil’
‘Fiquei frustrado, mas mérito dele’, diz goleiro que levou gol do príncipe William no Maracanã
MapBiomas lança ferramenta inédita para monitorar a recuperação de áreas degradadas no Brasil
Em segundo dia no Rio, príncipe William visita Ilha de Paquetá
Ibovespa abre pregão em alta de 147 mil pontos renovando recorde intradiário







