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A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Da revolta à exaltação: as diferenças do 7 de Setembro de Lula e Bolsonaro

No dia em que o Brasil completa 202 anos da declaração de Independência, o presidente e o ex-presidente estarão em eventos com objetivos bem diferentes

Por Laísa Dall'Agnol Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 7 set 2024, 07h00

Neste sábado, 7, o Brasil completa 202 anos da declaração de Independência a Portugal. A data, como é de costume, contará com os tradicionais atos cívicos e militares em grande parte das cidades brasileiras, com desfiles e solenidades que evocam o grito de Dom Pedro I às margens do Ipiranga.

Duas “comemorações”, no entanto, se destacam das demais. São os atos convocados por Lula e Jair Bolsonaro e que devem, cada um a sua maneira, agitar o séquito de respectivos apoiadores.

Lula

Em Brasília, o presidente participará das tradicionais celebrações oficiais do governo para a data, na Esplanada dos Ministérios. A temática terá um tom institucional em defesa da “democracia” e da “independência”, com o mote “o Brasil no rumo certo”. Na ordem do dia estarão três temas principais: a importância estratégica da cúpula do G20 no Brasil, a retomada das campanhas de vacinação e o processo de reconstrução do Rio Grande do Sul após as enchentes deste ano.

Uma polêmica envolvendo a participação no evento de integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) fez o governo voltar atrás. Inicialmente os movimentos fariam parte dos homenageados da sociedade civil que atuaram na força-tarefa de auxílio à população gaúcha. Após o incômodo de militares responsáveis pela solenidade — a avaliação foi a de que a participação dos movimentos fugiria do tema de comemoração ao 7 de setembro –, o governo cancelou a participação  do MST e do MTST. Instituições como bombeiros, trabalhadores dos Correios e agentes da Força Nacional de Segurança seguem na lista de homenageados.

Antes da polêmica, o governo havia manifestado o desejo de aumentar a participação social no desfile e diminuir o caráter estritamente “militar” da solenidade. Nas peças de divulgação, por exemplo, a Secretaria de Comunicação Social tem enfatizado que a comemoração será um evento “cívico-militar”.

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A comemoração do 7 de setembro na Esplanada dos Ministérios terá início às 6h20 do sábado, e será aberta e gratuita ao público, com acesso pelas arquibancadas no Eixo Monumental. O trânsito na Esplanada estará fechado e a chegada ao local deverá ser feita preferencialmente por transporte público.

O início do desfile está previsto para 8h45, com a chegada do presidente Lula e a revista às tropas. Passarão pelo desfile alunos de escolas públicas do Distrito Federal, atletas que representaram o Brasil nos Jogos Olímpicos e representantes das Forças Armadas. Haverá ainda uma apresentação da Pirâmide Humana do Batalhão de Polícia do Exército e a performance da Esquadrilha da Fumaça.

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Bolsonaro

Como mostra a edição de VEJA desta semana, o ex-presidente Jair Bolsonaro tem apostado em um grande ato na Avenida Paulista como forma de pressionar pela anistia aos presos nos atos antidemocráticos do 8 de Janeiro e pela “liberdade de expressão”. As pregações visam o ministro Alexandre de Moraes e o Supremo Tribunal Federal (STF): o magistrado é o relator das investigações na Corte acerca da intentona golpista e do quebra-quebra em Brasília.

Além disso, Moraes é o ministro responsável pela suspensão da rede social X, o que vem sendo explorado à exaustão, inclusive pelo próprio dono da plataforma, Elon Musk, para incendiar o protesto em São Paulo. “O mundo inteiro está de olho no Brasil, com a questão do X. Vamos mostrar que não concordamos com essas medidas de censura. Não tem cabimento isso que está acontecendo”, disse Bolsonaro na última quarta-feira, 4.

Para além dos motes principais, o ato de Bolsonaro deverá ser um teste de força tanto para as pretensões eleitorais do ex-presidente em 2026 — seja com o lançamento dele mesmo ou de outro nome de sua escolha para a Presidência — quanto para a disputa mais imediata envolvendo a Prefeitura de São Paulo. Bolsonaro, que anunciou apoio à reeleição de Ricardo Nunes (MDB), tem enfrentado resistência dentro do seu próprio núcleo, que demonstra preferência pelo adversário Pablo Marçal (PRTB). A expectativa é que ambos os candidatos quanto a também postulante Marina Helena (Novo) participem do evento.

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