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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Crise climática: Sul enfrenta chuvas, enquanto Nordeste sofre com secas

Mais de 400 municípios encontram-se em estado de emergência devido ao tempo seco e baixa precipitação

Por Bruno Caniato Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2024, 10h23 - Publicado em 14 fev 2024, 10h56

Nesta quarta-feira, 14, o governo federal reconheceu estado de emergência por estiagem em quinze novos municípios da Bahia, aumentando para 97 o número de cidades no estado que passam pela mesma crise. Ao todo, são 465 municípios no Nordeste do Brasil que sofrem com o período prolongado de seca – em contraste, mais de 900 cidades em todo o Sul do país estão sob alerta para chuvas intensas e tempestades. Os dados são disponibilizados pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil e pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inpe).

Em grande parte, a escassez de chuvas nos estados do Nordeste e a força dos temporais na região Sul têm influência do fenômeno cíclico El Niño, caracterizado por um aquecimento das águas equatoriais do Oceano Pacífico acima do usual. De acordo com o mais recente boletim do departamento de Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) dos Estados Unidos, o El Niño deve perder força e se dissipar entre abril e junho deste ano, e a tendência é que nos meses seguintes tenha início o La Niña – fenômeno oposto, que consiste no resfriamento superficial do Pacífico.

No entanto, especialistas vêm alertando nos últimos meses que a alta das temperaturas e os níveis baixos de precipitação começaram a ser observados antes dos impactos previstos para o El Niño e que a seca histórica registrada em 2023 em algumas regiões, como na Bacia Amazônica, está mais atrelada ao aquecimento global. O volume de chuvas concentrado no Sul também é reflexo dos dias cada vez mais quentes, já que a evaporação mais rápida dos oceanos tende a causar temporais mais intensos e regionalizados.

Recorde de calor, seca e desastres

O ano de 2023 foi o mais quente da História – segundo o Observatório Copernicus, da União Europeia, a temperatura média do planeta ficou quase 1,5 ºC acima dos níveis pré-industriais, e são altas as probabilidades de que este limite considerado crítico seja ultrapassado em 2024.

Também no ano passado, o Brasil registrou recorde de desastres naturais, somando 1.161 eventos como enchentes, deslizamentos de terra e transbordamento de rios. No ano passado, catástrofes ligadas ao clima deixaram ao menos 132 pessoas mortas, 600 mil desabrigados ou desalojados e quase 25 bilhões de reais em prejuízos econômicos, de acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

A Amazônia, por sua vez, também sofreu a pior seca já observada em mais de 120 anos, com registros de rios da Bacia do Amazonas caindo a volumes historicamente baixos e chegando a perder 13 centímetros por dia em nível de água.

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