Maquiavel

Por José Benedito da Silva

A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Bruno Caniato, Isabella Alonso Panho, Heitor Mazzoco, Pedro Jordão e Anna Satie. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Brasil

Como uma discussão sobre a anistia terminou com cinco atropelados no Rio

Homem foi preso em flagrante por múltipla tentativa de homicídio e teve pedido de liberdade negado na audiência de custódia pela gravidade do crime

Por Pedro Jordão SEGUIR SEGUINDO 28 Maio 2025, 13h09 • Atualizado em 29 Maio 2025, 08h44

Homem detido após atropelas cinco pessoas e bater com o carro (Reprodução/Reprodução)

Uma discussão política em um bar em Laranjeiras, na zona sul do Rio de Janeiro, terminou com cinco pessoas atropeladas e um homem preso na noite do último domingo, 25. A audiência de custódia do acusado da múltipla tentativa de homicídio ocorreu na noite da terça-feira, 27, e a Justiça determinou que ele permaneça detido até o final das investigações, quando todas as testemunhas forem ouvidas.

O professor Luciano Valério Pires, 47, teria começado a fazer provocações a uma mulher que estava com amigos e familiares no bar. O motivo: um broche que ela usava, com a frase “Sem Anistia”. A expressão faz referência política a uma pauta da esquerda, que se opõe ao movimento por anistia aos bolsonaristas julgados por tentativa de golpe de estado e pelas participações no quebra-quebra de inspiração golpista de 8 de janeiro de 2023.

A discussão evoluiu e outras pessoas acabaram se envolvendo. Pires alegou, então, ter sido agredido e foi embora do local dizendo que voltaria para se vingar. Quando o fez, no entanto, ele voltou em um carro Hyundai HB20, em alta velocidade, e atropelou cinco pessoas que estavam na calçada do estabelecimento. Ele tentou fugir, mas bateu com o veículo e foi detido por policiais militares. Quando a polícia chegou ao local, o professor disse apenas ter sido vítima de agressão.

Nenhuma das vítimas atropeladas ficou gravemente ferida, e Pires foi preso em flagrante por tentativa de homicídio. Na audiência de custódia de terça-feira, a prisão em flagrante foi convertida em preventiva pelo juiz, para evitar fuga do acusado até o final das investigações e do julgamento. A defesa dele tentou argumentar para que ele tivesse liberdade provisória, mas a Justiça não aceitou por causa da gravidade do crime.