Como o governo de SP vai conseguir vacinar todos os adultos até agosto
Aceleração será possível graças à compra de doses extras da CoronaVac e das entrega previstas da Astrazeneca e Pfizer pelo Ministério da Saúde

Em plena disputa dentro do PSDB para se viabilizar candidato à presidente da República, o governador Doria vem tentando ao máximo acelerar a vacinação no estado de São Paulo – o calendário revisto na última semana já foi adiantado quatro vezes desde junho. A meta agora é aplicar a primeira dose em toda a população adulta até agosto, algo considerado absolutamente factível dentro do Palácio dos Bandeirantes. Elemento fundamental para essa conta fechar foi a compra em separado do Plano Nacional de Imunização de um lote de 30 milhões de doses de CoronaVac. Essas doses não fazem parte do acordo firmado entre o Instituto Butantan e o Ministério da Saúde. “São Paulo antecipa o dia da esperança”, declarou Doria na coletiva de imprensa em que anunciou o plano.
Amparado por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que permitiu a compra de doses exclusivas por estados e municípios, Doria decidiu adquirir uma remessa só para São Paulo – desse montante esperado, 2,7 milhões de doses prontas da China chegaram na semana passada e mais 1,3 milhão deve desembarcar no Estado até o dia 30 de julho.
Em São Paulo, 14 milhões de adultos ainda não receberam a primeira dose. Para cumprir a meta ambiciosa, o governo Doria espera que o Ministério da Saúde honre as entregas previstas para julho e agosto – cerca de 9 milhões de Pfizer, 5 milhões de AstraZenca e 5 milhões de CoronaVac. “É necessário que o ministério da Saúde cumpra o que está no site deles, nós estamos trabalhando com essa perspectiva”, diz a coordenadora do Programa Estadual de Vacinação (PEI), Regiane de Paula.
Para evitar eventuais questionamentos do governo federal, o Instituto Butantan, que produz a CoronaVac em parceria com o laboratório chinês Sinovac, enfatizou que vai cumprir o acordo firmado com o Ministério da Saúde de entregar um total de 100 milhões de doses até agosto – e que essas 30 milhões de doses propaladas por Doria estão fora desse acordo. O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, também tem deixado claro que pode negociar outras 30 milhões de doses separadas com outros estados e países da América do Sul que tenham interesse.
Embora seja provável algum adiantamento da segunda dose para novembro, a previsão de término da campanha em São Paulo continua ainda prevista para dezembro na mesma linha de projeção do Ministério da Saúde.