Como Jader Barbalho vê a ascensão política dos filhos e a relação com Lula
Senador vê renovação do poder de seu clã por meio do governador do Pará, Helder Barbalho, e do ministro das Cidades, Jader Filho
Em seu terceiro mandato no Senado, aos 78 anos, o senador Jader Barbalho (MDB-PA) tem tido uma atuação política mais discreta se comparada aos tempos de seu auge de poder, como governador, deputado federal e presidente do Senado. O cacique do MDB paraense, no entanto, não tem do que reclamar: o clã político do qual é patriarca tem retomado o protagonismo político, como mostra reportagem de VEJA desta semana, por meio de seus dois filhos mais velhos, Helder Barbalho (MDB), governador do Pará, e Jader Filho (MDB), ministro das Cidades do governo Lula. Helder é visto por aliados do petista como um aliado estratégico do presidente entre os governadores, enquanto Jader Filho comanda uma das pastas mais cobiçadas do governo.
“Politicamente, só posso festejar que a relação com o governo seja respeitosa, próxima e cada vez mais estreita”, disse Jader Barbalho a VEJA. Diante das avaliações entre lideranças partidárias e aliados de Lula de que Helder é um quadro com potencial para voos maiores, que contemplem a política nacional, o senador despista. “O que vai ditar são as circunstâncias. Uma semana em política já é um longo prazo. Festejo a renovação política, como companheiro e como pai. Eu sou, mais do que nunca, como diria Raymond Aron (filósofo francês), um ‘espectador engajado’”, afirmou.
Aliados especulam qual será o destino eleitoral de Helder Barbalho em 2026. Caso não assuma uma posição no jogo nacional, uma alternativa natural seria a busca por uma cadeira no Senado. Na próxima eleição, cada estado terá duas vagas de senador em disputa, fator que tornaria uma eleição dele extremamente provável (o emedebista foi reeleito em primeiro turno em 2022, com 70% dos votos). Ao final de 2026, no entanto, também se encerra no Senado o mandato de Jader, que completará 82 anos durante a campanha. Questionado se tentará um novo mandato ou abrirá espaço para o filho, o cacique novamente desconversa: “Não estou pensando nisso”.