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A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Como está a situação no RS um mês após o primeiro alerta vermelho

Foi no dia 29 de abril que a população gaúcha recebeu comunicado do Inmet avisando sobre a possibilidade de chuvas intensas varrerem o estado

Por Bruno Caniato Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 29 Maio 2024, 15h33 - Publicado em 29 Maio 2024, 12h59

Nesta quarta-feira, 29, a catástrofe climática que atinge o Rio Grande do Sul completa um mês. Trinta dias depois do primeiro alerta vermelho de chuvas intensas emitido pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o estado sofre para se reerguer após a devastação que custou vidas humanas e animais, inundou cidades inteiras, destruiu a infraestrutura de rodovias e deixou centenas de milhares de desabrigados pelas enchentes.

Entenda, a seguir, como está a situação nos municípios gaúchos em meio aos esforços das autoridades estaduais e federais para superar os danos causados pelos temporais.

Vidas humanas

Até a manhã desta quarta-feira, o total de mortes decorrentes das chuvas em todo o estado chegava a 169, enquanto 44 pessoas continuam desaparecidas, segundo o mais recente boletim divulgado pela Defesa Civil. O cenário mais crítico ocorre em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre, onde 27 pessoas perderam a vida em razão de enchentes, desabamentos de casas e deslizamentos de terra; em seguida, vêm Cruzeiro do Sul, na região central do estado, e Roca Sales, no Vale do Taquari, com 12 óbitos cada, e Bento Gonçalves, na Serra Gaúcha, com 11 mortes confirmadas.

População afetada

Mais de 2,4 milhões de pessoas foram afetadas, algumas com consequências mais sérias, como ter que deixar as suas casas. Ao todo, quase 630 mil pessoas tiveram que deixar suas casas por causa das inundações, sendo que 47.651 foram recebidas por abrigos e outras 581.638 estão hospedadas com amigos ou parentes. Atualmente, há 670 estruturas funcionando como abrigos permanentes ou temporários em 89 municípios em todo o estado, incluindo escolas, universidades, ginásios esportivos, igrejas e até sedes sindicais, de acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) do Rio Grande do Sul.

Entre os abrigos, o local com maior lotação é o campus da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) em Canoas, com 2.250 pessoas hospedadas. Já a sede da Federação Nacional de Cultura (Fenac) de Novo Hamburgo, também na região metropolitana de Porto Alegre, tem 1.250 abrigados nesta quarta-feira.

Infraestrutura destruída

Cerca de 89 mil imóveis em todo o Rio Grande do Sul ainda estão sem energia elétrica, o que totaliza aproximadamente 500 mil gaúchos sem luz, segundo a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (Sema) e o Ministério de Minas e Energia (MME). No ápice da crise, mais de 2 milhões de pessoas ficaram no escuro — o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) afirmou na manhã de hoje que o alagamento das cidades dificulta o religamento da eletricidade em diversos locais.

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Ainda de acordo com as autoridades gaúchas, o estado segue com 67 trechos totalmente ou parcialmente bloqueados em 36 rodovias. Há quatorze aeroportos operando normalmente, entre os administrados pelo estado, municípios e iniciativa privada. Em relação aos portos, os terminais em Pelotas e Rio Grande funcionam sem alterações, enquanto a operação do porto de Porto Alegre está suspensa por causa do elevado nível do Guaíba.

Já o Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, continua inteiramente desativado e não tem previsão de retorno às operações em razão do completo alagamento dos terminais. Desde a última segunda-feira, 27, a Base Aérea de Canoas começou a operar voos comerciais como alternativa aos terminais desativados da capital.

Estragos nas escolas

Em todo o estado, 579 escolas estaduais sofreram algum tipo de dano estrutural e outras 43 estão sendo utilizadas como abrigos temporários. Ao todo, chega a 1.077 o número de colégios afetados de alguma maneira pelas chuvas.

Ainda assim, as aulas nas redes estadual e municipal, gradativamente, estão retornando à normalidade. Segundo a Secretaria de Educação, 640 mil estudantes em 2.063 escolas já voltaram às classes, enquanto 101 mil alunos de 275 colégios continuam em casa — destes, quase 76 mil não têm previsão de retomar os estudos em razão das enchentes e estragos.

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Socorro federal e estadual

Desde o início da crise, o governo federal vem implementando uma série de medidas para atender às vítimas das chuvas. A partir da próxima quinta-feira, 30, a União fará o primeiro repasse de 5.100 reais do Auxílio-Reconstrução a 34.196 famílias afetadas, o equivalente a 174 milhões de reais. Além disso, 715 milhões de reais do FGTS foram liberados a cerca de 228 mil trabalhadores por meio do “saque-calamidade” — outras 900 mil pessoas receberão a restituição antecipada do Imposto de Renda na próxima sexta-feira, 31, totalizando 1,1 bilhão de reais adiantados.

Para os municípios, governo federal e Congresso articularam um repasse de 1,3 bilhão de reais em emendas parlamentares, além de 310 milhões de reais destinados exclusivamente às Defesas Civis e outros 190 milhões de reais em parcelas extras do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) a 47 cidades em situação de calamidade.

O governo do Rio Grande do Sul, por sua vez, liberou um pagamento único de 2.500 reais para 20 mil famílias desabrigadas pela crise, através do chamado “Programa Volta por Cima”. Além disso, foi antecipado o repasse de bolsas escolares a 83 mil alunos da rede estadual e aproximadamente 900 mil pessoas receberam a isenção de tarifas de água e saneamento por até seis meses.

Nesta quarta-feira, o governo Lula anunciou até 15 bilhões de reais em créditos para empresas do Rio Grande do Sul.

 

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