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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho, Heitor Mazzoco e Pedro Jordão. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Cinco curiosidades sobre o juiz que dizia ser herdeiro de nobres ingleses

Nascido no interior de SP, José Eduardo dos Reis fingiu ser descendente da realeza por 40 anos, enganando TJ, USP, Detran — e foi pego pelo Poupatempo da Sé

Por Isabella Alonso Panho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Heitor Mazzoco Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 8 abr 2025, 12h17 - Publicado em 8 abr 2025, 11h13

Na última semana, a identidade de um magistrado do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) ganhou grande repercussão. Isso porque, durante décadas, ele fingiu — e conseguiu convencer órgãos, universidades, colegas e funcionários — ser descendente da realeza britânica, forjando um nome e uma identidade que não existem. Edward Albert Lancelot Dodd Canterbury Caterham Wickfield é, na verdade, José Eduardo Franco dos Reis, nascido em 1973 no município de Águas da Prata, pequena cidade no interior de São Paulo com pouco mais de 8.000 habitantes.

A fraude poderia ter sido um “sucesso”, se não fosse por uma visita que José Eduardo fez ao Poupatempo da Sé. De acordo com a denúncia criminal apresentada pelo Ministério Público, ele usava a sua identidade original para fazer alguns negócios e acabou cadastrando a sua biometria. Por isso, nos arquivos governamentais, sua impressão digital ficou ligada aos seus documentos verdadeiros.

Em outubro passado, ele foi ao Poupatempo pedir uma segunda via do seu RG e foi descoberto. Os atendentes viram que a impressão digital do homem que se apresentava como Edward Albert Lancelot Dodd Canterbury Caterham Wickfield era idêntica à de José Eduardo Franco dos Reis. Os dois também tinham o mesmo endereço — um apartamento na Vila Mariana, na zona sul da capital paulista.

O fim da história não foi muito bom para José Eduardo. Ele responde a uma ação criminal por falsidade ideológica e uso de documento falso e pode, inclusive, ser expulso da magistratura, perdendo a sua aposentadoria.

Veja a seguir cinco detalhes sobre o caso.

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1 – Passou no vestibular da USP e no concurso

O denunciado, segundo o Ministério Público de São Paulo, realmente cursou direito na Universidade de São Paulo (USP), formou-se em 1992 e entrou para o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), por meio de concurso público, em 1995. Nessas duas ocasiões, ele usou documentos falsos, fingindo ser Edward Albert.

2 – Tudo começou com a dispensa do Exército

Nascido em Águas da Prata, em 1958, o juiz aposentado usava, segundo o MPSP, documento falso desde outubro de 1980, quando entregou dispensa do Exército, carteira de trabalho e título eleitoral em órgão da Polícia Civil de São Paulo. Vários documentos foram feitos com o nome de Edward Albert a partir disso. De acordo com o que a Promotoria diz na denúncia, era muito fácil falsificar documentos há quarenta anos, pois não existiam “dispositivos gráficos ou materiais de segurança”. A biometria, por exemplo, é bastante recente.

3 – Supersalário como juiz do TJSP

José Eduardo trabalhou como juiz do Tribunal de Justiça de São Paulo entre 1995 e 2018, quando se aposentou. Ele recebe subsídios mensais da corte que ultrapassam facilmente os 100.000 reais, por conta de indenizações a que ele tem direito — os famosos “penduricalhos”. Em fevereiro, por exemplo, ele embolsou 166.413,94 reais em provimentos, mais de cem vezes o salário mínimo nacional.

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4 – Sotaque britânico e chá das cinco

Nas redes sociais, circulam prints de relatos de pessoas que trabalharam com José Eduardo no Judiciário paulista. Ele falava com sotaque britânico e dizia fazer fonoaudiologia para perdê-lo. Também fazia, todos os dias, uma pausa às 17h para o famoso “chá das cinco”, costume típico dos ingleses.

5 – Casamento real

Quando o príncipe da Inglaterra se casou, José Eduardo tirou férias. As pessoas especulavam que ele iria para o casamento real. No entanto, segundo relatos de funcionários, quando ele ia ao Fórum João Mendes, no bairro da Liberdade, em São Paulo, andava de metrô, dizendo que estava “acostumado” com o transporte público britânico.

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