Chapa pura do Novo pode afastar Avante de Zema em MG, diz presidente
Deputado federal por Minas e presidente nacional do partido, Luis Tibé defende que vice do governador seja de outro partido que não o do governador
Por enquanto, o Avante é um dos partidos que apoiam a reeleição do governador Romeu Zema (Novo) em Minas Gerais. No entanto, a situação pode mudar de acordo com as escolhas feitas pela sigla que hoje comanda o estado, segundo o presidente nacional do Avante, o deputado federal Luis Tibé (MG).
Isso porque o Novo está dividido entre quem indicar como vice na chapa do governador. Uma opção é pela chapa pura, na qual Mateus Simões, ex-secretário-geral de Zema, filiado ao Novo, aparece como maior candidato — ele abdicou do cargo no governo justamente com a esperança de ser indicado.
A outra é a composição com um nome de outra legenda, o que reforçaria as coligações do Novo no estado e o beneficiaria com apoio de mais parlamentares e tempo de campanha na televisão. O deputado federal Marcelo Aro (PP) seria um forte candidato.
Para Tibé, a indecisão do Novo ameaça a aliança entre partidos. “A partir do momento que quer emplacar uma chapa pura, o Novo não está fazendo uma construção em grupo. Isso pode nos afastar. Se é uma aliança de partidos, então os partidos têm que participar e ocupar espaço”, disse o presidente nacional do Avante.
Além do Avante, outros nomes de Podemos, Agir, Solidariedade, Pros e MDB estudam apoiar Zema no estado.
Vale lembrar que André Janones, presidenciável do Avante e deputado federal por Minas Gerais, já se declarou independente na disputa pelo governo de seu estado. “Eu não vou apoiar Zema e nem Alexandre Kalil (PSD). A decisão do partido cabe ao presidente, mas o Zema não tem nenhum tipo de compromisso com as bandeiras que eu represento”, justificou.
A escolha do vice de Zema é um exemplo das desavenças internas que existem no Novo. Recentemente, o partido viu seus filiados mais relevantes se dividirem entre aqueles que defendem os princípios pelos quais o partido nasceu, como a economia do dinheiro público e o veto às alianças oportunistas, e os que prefeririam uma flexibilização dos valores em prol da eleição a curto prazo. No caso, os primeiros defendem Simões como vice, enquanto os outros aceitariam um nome de outro partido.