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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho, Heitor Mazzoco e Pedro Jordão. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Bolsonaro acusa STF de ‘golpe’ e conluio com Lula em ato na Paulista

Ex-presidente disse que há pretensões de assassiná-lo e diz que houve um 'golpe' contra ele em 2022 para derrotá-lo nas urnas

Por Isabella Alonso Panho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO , Laísa Dall'Agnol Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 6 abr 2025, 17h56 - Publicado em 6 abr 2025, 16h19

Na manifestação pró-anistia que liderou na Avenida Paulista na tarde deste domingo, 6, o ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a subir o tom contra o Supremo Tribunal Federal (STF), acusando a Corte de agir em conluio com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para elegê-lo em 2022. Sobre o palanque, Bolsonaro reiterou que não fugirá do Brasil, mas disse que, se tivesse ficado em solo nacional no 8 de Janeiro, estaria “apodrecendo na cadeia”. Em outro momento da sua manifestação, disse que há a intenção de matá-lo.

“Me acusam de golpe de Estado. Segundo a Polícia Federal, eu comecei a dar um golpe de Estado numa live. E quem deu golpe em outubro de 2022? Quem tirou Lula da cadeia? Um cara condenado em três instâncias por corrupção, lavagem de dinheiro, é tirado da cadeia. Quem descondenou o Lula pra ele deixar de ser ficha suja?”, disse Bolsonaro, em alusão ao Supremo.

Em outro trecho, o ex-presidente foi mais explícito. “O golpe deles só não foi perfeito porque no dia 30 de dezembro de 2022 eu saí do Brasil. Se eu estivesse no Brasil, seria preso na noite do 8 de Janeiro e estaria apodrecendo na cadeia até hoje, ou quem sabe assassinado por esses mesmos que colocaram esse vagabundo (Lula) na presidência. (…) Um golpe foi dado, tanto é que o candidato deles (os ministros do Supremo) está lá. Alguns deles falaram que interferiram sim, mas que foi para o bem da democracia.”

Segundo Bolsonaro, “a pressão foi enorme, inclusive de fora do Brasil”, sugerindo que houve interferência internacional, e também reiterou que tem esperanças de que, com Trump eleito nos EUA e Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no exterior, seu destino político possa ser mudado.

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Fuga e plano de assassinato

Depois de falar sobre a sua ida aos EUA no final de 2022, Bolsonaro voltou no assunto da possibilidade de fuga do país para escapar do julgamento da tentativa de golpe e disse que há um plano para matá-lo. “Acham que vou fugir. Estão enganados. Eu fiz uma promessa. O que os canalhas querem é me matar, porque sou uma espinha na garganta deles.”

Ato de Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, em São Paulo (06/04/2025)
Ato de Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, em São Paulo (06/04/2025) (Miguel SCHINCARIOL/AFP)

Além dos ataques a Alexandre de Moraes, a Lula e ao STF, o ministro Flávio Dino também não foi poupado. “Eu estou inelegível porque me reuni com embaixadores. Não porque me reuni com traficantes igual o atual presidente. Dizem que eu sou golpista. Então porque o Flávio Dino, então Ministro da Justiça, sumiu com as fitas do que acontecia na Esplanada?”

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Eleições de 2026 e xadrez no Congresso

Mais próximo do fim do seu discurso, Bolsonaro disse que, se as próximas eleições não tiverem a sua participação, elas serão fraudadas. “Eleições 2026 sem Jair Bolsonaro é negar a democracia. É instaurar a ditadura no Brasil”, argumentou sobre o palanque. Em outro trecho, ele defendeu que seus correligionários tenham pelo menos metade dos parlamentares do Senado e da Câmara — o que possibilitaria a aprovação de matérias de seu interesse, inclusive a anistia.

“Me deem 50% da câmara e 50% do Senado que eu mudo o futuro desse Brasil. Ou outros 50% ficam para os governadores que estavam aqui”, disse Bolsonaro. Ele foi acompanhado na manifestação de uma “tropa de choque” de governadores, dentre os quais alguns possíveis sucessores dele, como Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), que já se apresenta como candidato.

Estátua 'A Justiça', pichada com a frase 'Perdeu, mané' durante o 8 de Janeiro por Débora Rodrigues dos Santos
Estátua ‘A Justiça’, pichada com a frase ‘Perdeu, mané’ durante o 8 de Janeiro por Débora Rodrigues dos Santos (Joedson Alves/Agência Brasil)
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Caso Débora

Bolsonaro recebeu no palanque a mãe e a irmã da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, condenada a catorze anos de prisão por ter participado da tentativa de golpe. Ela escreveu “perdeu mané” de batom na estátua da Justiça na frente do STF — e, por isso, a manifestação tinha um grande batom inflável e vários apoiadores levaram o cosmético para o ato. Débora conseguiu prisão domiciliar por conta dos filhos pequenos, mas o caso dela continua sendo usado como símbolo dos que defendem a anistia dos radicais do 8/1.

“Débora foi para a domiciliar, mas já tem dois votos no STF — Moraes e Dino — para condená-la a 14 anos de prisão. Eu não tenho adjetivo para qualificar. Uma mãe de dois filhos condenada a uma pena tão absurda por um crime que ela não cometeu. Só um psicopata para falar que aquilo que aconteceu no 8 de janeiro foi uma tentativa armada de golpe militar”, disse o ex-presidente.

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