Atos em Brasília e reuniões com ministros lembram oito anos de Mariana
Rompimento de barragem em 2015 deixou dezenove mortos, devastou comunidades, causou prejuízos estruturais e ambientais e destruiu o Rio Doce
O rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), completou oito anos neste domingo, 5. A tragédia deixou dezenove mortos em 2015, devastou comunidades, causou prejuízos estruturais e ambientais e destruiu o Rio Doce.
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) organiza a campanha Revida Mariana, com manifestações e assembleias durante quatro dias, em Brasília, para cobrar reparações socioambientais aos atingidos pelo desastre. Os atos também têm como objetivo pressionar o governo federal e o Congresso pela aprovação da Política Nacional para Atingidos por Barragens (Pnab). O projeto de lei já foi aprovado na Câmara e deve ser analisado pela Comissão de Serviços de Infraestrutura do Senado na terça-feira, 7.
Representantes do movimento devem ser recebidos ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Marina Silva (Meio Ambiente) e Alexandre Silveira (Minas e Energia). No último dia 19, se reuniram com o vice-presidente Geraldo Alckmin para tratar da campanha e pedir intermediação para uma agenda com o presidente Lula.
A programação termina na terça-feira com uma audiência pública na Câmara dos Deputados para discutir a repactuação na Bacia do Rio Doce. “O rompimento da barragem afetou a nossa saúde, matou membros de nossa família e mudou profundamente a vida e a região. Esperamos que toda essa mobilização sensibilize a Justiça brasileira”, afirma Joceli Andrioli, coordenador nacional do MAB.
Julgamento
Tramita na Justiça da Inglaterra uma ação que pede indenização para cerca de 700 mil atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão, incluindo mais de 10 mil indígenas e quilombolas, 46 municípios e mais de 2.500 empresas, instituições religiosas e autarquias. As vítimas, representadas pelo escritório Pogust Goodhead, pedem 230 bilhões de reais à mineradora anglo-australiana BHP e à brasileira Vale. O julgamento está previsto para outubro de 2024.