Aras pergunta a Barroso se ele quer processar quem o hostilizou em SC
Ministro foi reconhecido e xingado em restaurante por bolsonaristas, que depois seguiram para a casa onde ele estava hospedado em Porto Belo (SC)

O Procurador-Geral da República, Augusto Aras, enviou ao ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), um ofício em que questiona Barroso sobre seu interesse em processar extremistas que o hostilizaram durante sua passagem pela cidade de Porto Belo (SC), litoral norte de Santa Catarina, no início de novembro de 2022.
O ministro do STF foi reconhecido em um restaurante da cidade por bolsonaristas, que o hostilizaram do lado de fora. Depois que Barroso saiu dali, os extremistas identificaram a casa onde o ministro estava hospedado e passaram a chamar mais pessoas para o local, motivo pelo qual Luís Roberto Barroso deixou a cidade de madrugada, com ajuda de escolta da Polícia Militar.
No ofício da PGR, enviado na última quarta-feira, 1º, Aras encaminha a Barroso a cópia de uma notícia de fato instaurada pela Procuradoria da República em Joinville (SC), a partir de notícias sobre o ocorrido, e pergunta se ele pretende representar criminalmente contra os agressores.
A Procuradoria em Santa Catarina apontou possíveis crimes de ameaça e perseguição no caso, mas citou a previsão legal de ser necessário haver queixa a respeito deles – o que não houve, até agora.
Na ocasião dos ataques, a assessoria de Barroso informou que ele nem chegou a ver os manifestantes e “não houve proximidade física ou agressão”. “A manifestação ameaçava fugir ao controle e tornar-se violenta, tendo a segurança aventado o uso de força policial para dispersar a aglomeração. Diante disso, o ministro, em respeito à vizinhança e para evitar confronto entre polícia e manifestantes, retirou-se do local”, disse o comunicado.