Maquiavel

Por José Benedito da Silva

A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Bruno Caniato, Isabella Alonso Panho, Heitor Mazzoco, Pedro Jordão e Anna Satie. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Brasil

Acusada de matar 4 pessoas em 2025 é ‘verdadeira serial killer’, diz juiz

Crimes teriam ocorrido em SP e RJ; em um dos casos, filha de idoso é acusada de ter contratado Ana Paula Veloso Fernandes para matar o próprio pai

Por Heitor Mazzoco SEGUIR SEGUINDO 9 out 2025, 19h52 • Atualizado em 9 out 2025, 22h22

Ana Paula é acusada de matar quatro pessoas por envenenamento (./Reprodução)

Apontada como possível responsável pela morte por envenenamento de um idoso de 65 anos no Rio de Janeiro, Ana Paula Veloso Fernandes é conhecida das autoridades públicas paulistas. Ela é acusada de matar outras três pessoas em Guarulhos e São Paulo apenas neste ano com o mesmo modus operandi. Em decisão de 4 de setembro último, o juiz da Vara do Júri de Guarulhos Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo classificou a acusada de ser uma “verdadeira serial killer”.

“Os pressupostos da prisão cautelar estão presentes, sobretudo para resguardar a ordem pública, para conveniência da instrução criminal e para assegurar a aplicação da lei penal, uma vez que três dos crimes foram praticados por motivo torpe, com emprego insidioso de veneno, bem como mediante recurso que dificultou a defesa da vítima e o outro foi cometido mediante promessa de recompensa, valendo-se insidiosamente do emprego de veneno, bem como mediante recurso que dificultou a defesa da vítima, a evidenciar total desprezo com a vida humana e o risco que representa para a ordem pública, tratando-se de verdadeira serial killer”, disse em trecho da decisão em que decretou a prisão de Ana Paula.

Presa desde o começo do mês passado, Ana Paula teria sido contratada por Michele Paiva da Silva, 42 anos, para matar Neil Correa da Silva, de 65 anos, morto depois de comer uma feijoada envenenada em abril deste ano. O valor da negociação para o crime seria de 4.000 reais, apuram investigadores do caso. “De mais a mais, a investigada inventou ter recebido um bolo envenenado; imputou falsamente a prática de um dos homicídios a seu antigo amante, envolvendo sua esposa no episódio do envenenamento; enviava mensagens ameaçadoras para si própria; manipulou dados, informações, declarações e outros elementos com o objetivo de se desvincular das mortes e atribuir a responsabilidade à terceiros. Se não bastasse, durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão na residência em que ela morava foi encontrado ‘chumbinho'”, citou o juiz Camargo na decisão.