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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Victoria Bechara, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho e Ramiro Brites. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.
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Aborto: STF rejeita por unanimidade pedido de bispos e mantém voto de Rosa

Conclusão do julgamento no plenário virtual sepulta recurso da CNBB que tentava anular posicionamento da magistrada

Por Isabella Alonso Panho Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 12 ago 2024, 15h24 - Publicado em 12 ago 2024, 13h21

O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, manter o voto da ministra Rosa Weber a favor da descriminalização do aborto até doze semanas de gestação. Os ministros rejeitaram um recurso da Confederação Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) que buscava anular o voto proferido pela ministra antes de ela se aposentar da magistratura. O fim desse julgamento foi certificado nesta segunda, 12.

Todos os ministros seguiram o entendimento do relator, Flávio Dino, de que a CNBB não teria legitimidade processual para apresentar o recurso analisado. Por isso, a Corte sequer analisou o mérito. “Consoante a sólida jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal, o amicus curiae não detém legitimidade recursal para opor Embargos de Declaração em processo objetivo de controle de constitucionalidade”, diz o voto do relator.

Quando ainda estava na Corte, Weber assumiu um compromisso com entidades de defesa dos direitos das mulheres de votar a favor da descriminalização do aborto na ADPF (ação de arguição de descumprimento de preceito fundamental) nº 442. O presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, colocou o caso no plenário virtual apenas para que Weber votasse. Logo que o voto foi depositado, ele fez um pedido de destaque, obrigando a continuidade do julgamento a acontecer presencialmente. A inserção da ADPF na pauta depende da presidência do STF.

O recurso da CNBB questionou essa manobra, afirmando que o Supremo não teria respeitado os trâmites necessários da convocação do plenário virtual. Como consequência, a entidade queria que o voto da ministra, único proferido até o momento, fosse anulado.

Agora, o caso deve voltar a andar quando Barroso pautá-lo para julgamento. No começo do ano, logo que assumiu a cadeira da presidência, o ministro disse durante uma entrevista que são necessários “esclarecimento” e “nova consciência” da sociedade antes do processo voltar à pauta da Corte.

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Outra polêmica

Além desse caso, tramita no STF outra ADPF sobre o aborto. O Conselho Federal de Medicina aprovou uma resolução que impede seus profissionais de fazerem abortos após 22 semanas de gestação, mesmo quando se tratar das hipóteses previstas em lei — feto anencéfalo, risco à vida da mãe e estupro. O relator desse caso, ministro Alexandre de Moraes, suspendeu a resolução e ordenou ao CFM que suspenda quaisquer processos disciplinares amparados nele. Hospitais da rede pública de São Paulo também tiveram de dar esclarecimentos no processo sobre a realização do procedimento nas suas dependências.

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