A vaga no TCE-RJ que pode impactar a sucessão de Cláudio Castro em 2026
Cenário político de 2026 deve interferir em escolha de conselheiro na metade deste ano

Em maio, o conselheiro José Maurício de Lima Nolasco, do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, irá se aposentar e liberar uma almejada cadeira na Corte de Contas estadual. O governador Cláudio Castro (PL) não precisa definir imediatamente quem ocupará a vaga e deve “cozinhar” a decisão por algum tempo, segundo aliados. No entanto, a decisão, que deve acontecer apenas na metade do ano, já movimenta os bastidores da política fluminense. A escolha de Castro tem um grande potencial de influenciar quem irá sucedê-lo no comando do governo estadual.
Dois nomes despontam entre os principais candidatos para ocupar a vaga de Nolasco. O secretário de Governo de Castro, Rodrigo Abel, e o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Rodrigo Bacellar (União Brasil). Outra ambição de Bacellar, porém, é ser governador, e aí se abre uma nova disputa por quem será o candidato do grupo político de Cláudio Castro nas eleições de 2026. O vice-governador Thiago Pampolha (MDB) se coloca como um dos candidatos. Após trocas de rusgas até a metade de 2024, Castro, Pampolha e Bacellar reabriram o diálogo, mas todos estão cientes das ambições do vice-governador e do presidente da Alerj. Como mostrou reportagem de VEJA, recentemente, eles estiveram juntos em um churrasco na fazenda do deputado federal Altineu Côrtes (PL-RJ) — o ex-presidente Jair Bolsonaro também estava lá.
Em meio ao segundo mandato, o governador não poderá concorrer novamente e cogita uma vaga para o Senado. Caso concorra, deve se licenciar até março de 2026. Nesse período, quem assumiria o governo seria Pampolha — na sequência da linha sucessória aparece Bacellar. Os meses à frente do governo antes do início da campanha são vistos como cruciais para eleger um candidato do grupo político de Castro. O sucessor teria de mostrar uma postura diferente do atual governador, que está com a gestão desgastada e mal avaliada. Outro pré-candidato entre os aliados de Castro seria o deputado federal e ex-secretário de Saúde do Rio de Janeiro Dr. Luizinho (PP) — ocorre que um escândalo de transplante de órgãos infectados com HIV complicou as chances do parlamentar, que corre por fora nessa disputa.
Quem quer que seja o candidato governista deve ter como principal concorrente o prefeito da capital fluminense, Eduardo Paes (PSD), que saiu fortalecido após as eleições municipais, que venceu no primeiro turno. No entanto, o voo de Paes ao governo do estado não é tão simples, já que ele encontraria dificuldades em obter votos no interior e, mesmo na região metropolitana, deve dividir apoio de eleitores com outros candidatos.
À esquerda, o PT já lançou a candidatura de Fabiano Horta, mas há quem diga que não passa de uma pressão para futuras composições. À direita, ninguém duvida que Bolsonaro possa até 2026 decidir que o melhor caminho é ungir um candidato a governador, o que mudaria todo o tabuleiro político. Por enquanto, pesquisas mostram que o eleitor fluminense deve optar por um candidato de centro.