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Por José Benedito da Silva Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
A política e seus bastidores. Com Laísa Dall'Agnol, Bruno Caniato, Valmar Hupsel Filho, Isabella Alonso Panho, Heitor Mazzoco e Pedro Jordão. Este conteúdo é exclusivo para assinantes.

Agonia do PSDB reflete ‘enfermidade’ dos partidos no Brasil

Desde a Era Vargas, dezenas de legendas políticas surgiram, morreram e voltaram ou se uniram a outros grupos

Por Bruno Caniato Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 17 fev 2025, 08h00

Em 2025, a história política do Brasil pode testemunhar o triste epílogo de um dos partidos mais notórios da redemocratização: o PSDB. Como mostra reportagem de VEJA, após perderem a hegemonia da oposição de direita na última década, a cúpula dos tucanos estuda se unir a outras legendas de peso no país — na mesa, há propostas de fusão ou incorporação ao PSD, MDB e Republicanos.

Para o cientista político José Álvaro Moisés, da Universidade de São Paulo (USP), a crise do PSDB reflete uma “enfermidade” maior entre partidos que, por décadas, gravitaram em torno da polarização entre petistas e tucanos, e foram desbancados pela onda da direita conservadora que cresceu no país nos últimos anos. “Os partidos vivem uma insuficiência ideológica e um vácuo de planos de governo, tornando-se incapazes de mobilizar eleitores em torno de um projeto”, diz.

Neste contexto, o PSDB não seria a primeira legenda de peso a apostar no rebranding como forma de sobrevivência política. O cientista político Marco Antônio Teixeira, coordenador de pós-graduação em Gestão e Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), relembra que a história partidária brasileira é “acidentada e fragmentada”, com dezenas de siglas surgindo, desaparecendo e retornando — o que não é, necessariamente, um sinal de democracia fortalecida. “Essa transformação constante deixa os partidos sem identidade, o que prejudica a capacidade de organização política e favorece a personalização do candidato acima do grupo que ele representa”, avalia.

Relembre, a seguir, algumas legendas que deixaram seu legado na política nacional e foram extintas, reconfiguradas ou desapareceram para voltar sob outros rótulos.

PSD: três vidas do Varguismo ao Centrão

Em sua versão atual, o Partido Social Democrático (PSD) foi fundado em 2011 por Gilberto Kassab, então prefeito de São Paulo, como dissidência do Democratas (DEM). Na época, a manobra teve a bênção do governo Dilma Rousseff e do MDB, e a nova legenda surgiu com dois senadores, trinta deputados federais e a promessa de alinhamento ao PT — hoje, sob o comando de Kassab, a sigla abriga a quinta maior bancada da Câmara e o maior número de prefeitos do país.

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A primeira formação do PSD, porém, surgiu em 1945, fundada por apoiadores de Getúlio Vargas para fazer frente à direita conservadora da União Democrática Nacional (UDN). O partido elegeu os presidentes da República Eurico Dutra (1945) e Juscelino Kubitschek (1955), sendo extinto pela ditadura militar com o Ato Institucional nº 2 (AI-2), de 1965.

Antes de chegar à tutela de Kassab, o PSD teve uma segunda encarnação, capitaneada pelo ex-ministro militar César Cals, que tentou reviver o espírito original do partido em 1987. A legenda participou das eleições presidenciais de 1989 com o candidato Ronaldo Caiado, hoje governador de Goiás pelo União Brasil, mas teve pouca representatividade no Congresso até ser incorporada ao PTB, em 2003.

PTB: partido de Vargas dissolveu após prisão de Roberto Jefferson

Fundado em 1945 por Getúlio Vargas, o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) original tinha a missão de “democratizar” a imagem do ex-presidente, que já governava o país, sem ser eleito, há quinze anos. Alinhada à esquerda, a sigla elegeu o presidente Vargas e, mais tarde, o vice-presidente João Goulart, que viria a governar após a renúncia de Jânio Quadros. Foi extinto em 1965, também pelo AI-2.

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No contexto da reabertura democrática, o PTB foi refundado em 1981 pela ex-deputada Ivete Vargas, sobrinha de Getúlio, mas não conseguiu resgatar o legado esquerdista de seu patrono — pelo contrário, tornou-se a sigla presidida por Roberto Jefferson, notório delator do Mensalão que se alinhou à extrema-direita e ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O partido existiu até 2023, quando se fundiu ao Patriota para gerar o atual Partido da Renovação Democrática (PRD). Jefferson foi preso por incitar ataques à democracia e por reagir à tentativa de prisão, em 2022, disparando granadas e tiros de fuzil contra policiais federais.

Arena, PFL e PDS: os herdeiros da UDN

A Aliança Renovadora Nacional (ARENA) foi o partido que sustentou o regime militar brasileiro entre 1964 e 1979, fundado por apoiadores do golpe oriundos da União Democrática Nacional (UDN). Com a Lei da Anistia e a redemocratização, deu origem a duas grandes dissidências: o Partido da Frente Liberal (PFL), fundado em 1985, e o Partido Democrático Social (PDS), surgido em 1980.

O PFL existiu até 2007, quando foi rebatizado de Democratas (DEM), e sobreviveu até 2021, ano em que se uniu ao Partido Social Liberal (PSL) para fundar o atual União Brasil. Já o PDS sofreu uma sequência de metamorfoses: ex-Arena, fundiu-se ao Partido Democrata Cristão (PDC) para formar o Partido Progressista Reformador (PPR), que posteriormente seria rebatizado de Partido Progressista (PP) e enfim, em 2017, se transformar no atual Progressistas.

 

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