A complexa relação de um líder partidário da direita com Bolsonaro
Cacique político diz que até tentou se aproximar do ex-presidente ao longo do governo, mas que 'não deu liga’
Pré-candidato à presidência da Câmara dos Deputados em 2025, o deputado federal Marcos Pereira, comandante nacional do Republicanos, contou a VEJA, em entrevista das Páginas Amarelas da mais recente edição da revista, que sua relação com Jair Bolsonaro “não deu liga”. Segundo o parlamentar, ele tentou se aproximar, mas sem sucesso. “Até tentei construir uma relação durante o governo, mas, infelizmente, não deu liga, vamos dizer assim. Até porque eu falo aquilo que penso, e isso, às vezes, desagrada quem está no auge do poder”, afirmou Pereira.
O bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus também afirmou não ter contato próximo com o restante da família do ex-presidente, nem sequer com o vereador Carlos Bolsonaro, filiado a seu partido. “Estive com ele uma vez ao longo desses quatro anos. Foi um encontro casual e raro”, afirmou. Sobre o desejo do Zero Dois de se transferir para o PL, Pereira foi categórico: “Sorte para ele”.
Segundo o presidente do Republicanos, a meta do partido neste ano é a de eleger 300 prefeitos e 3.000 vereadores em todo o país. Em 2020, foram 58.208 vagas disputadas nos legislativos municipais. As campanhas estarão focadas, como ele mesmo afirma, no eleitor conservador e evangélico, foco da sigla.
Em São Paulo, os nomes serão escolhidos também pelo governador Tarcísio de Freitas, hoje o principal cabo eleitoral da legenda. De acordo com Pereira, na medida do possível, os partidos de centro-direita e da direita tentarão um consenso sobre a formação das chapas, mas em algumas cidades essa possibilidade já está descartada, como em Santos, na Baixada Santista. Por lá, o prefeito Rogério Santos (Republicanos) tem na deputada federal Rosana Valle (PL) sua principal adversária. Ambos, no entanto, pleiteiam o apoio do governador.
Já na capital, Pereira e Bolsonaro devem estar no mesmo palanque, o do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que tentará a reeleição. Ambos, no entanto, dividem o pleito de indicar o nome do vice na chapa — decisão que, segundo o prefeito, será tomada mais à frente.