A barulhenta disputa no PT do Paraná que pode impor dura derrota a Gleisi
Após votação apertada e tendo eleição ao Senado como pano de fundo, deputado Zeca Dirceu vai disputar o Diretório Estadual contra aliado da ministra de Lula

Apesar de o Partido dos Trabalhadores (PT) já ter anunciado Edinho Silva como o novo presidente nacional da legenda, alguns estados ainda terão votação em segundo turno para escolher os seus dirigentes locais.
É o caso do Paraná, que tem sido palco de uma disputa barulhenta e marcada por trocas de acusações entre o entorno dos principais candidatos — que, por sua vez, são apoiados por nomes graúdos da sigla de Luiz Inácio Lula da Silva.
Boletim divulgado pelo Diretório Estadual na manhã desta terça-feira, 8, com 94% das urnas apuradas, mostra que o deputado federal Zeca Dirceu teve 7.616 votos contra 7.190 votos do deputado estadual Arilson Chiorato, atual presidente do PT no estado e que, portanto, ambos se enfrentarão em nova votação em 27 de julho. De grupos opostos, Zeca tem o apoio do ex-ministro José Dirceu, de quem é filho, enquanto Chiorato é do grupo de Gleisi Hoffmann, ex-presidente nacional da sigla e atual ministra da Secretaria de Relações Institucionais.
Entre a votação de domingo, 6, e a conclusão da apuração da ampla maioria das cédulas, na noite de segunda, 7, o entorno de Zeca Dirceu e o próprio deputado queixaram-se a aliados da demora na apuração dos votos e da “desorganização” da atual gestão, comandada por Chiorato. Nos resultados parciais divulgados inicialmente, o atual presidente aparecia na frente — depois, foi ultrapassado por Zeca.
Aliados do apadrinhado por Gleisi, no entanto, afirmaram que a suposta demora já era esperada, e que se deu pelo procedimento normal de apuração dos votos, o que inclui o envio da lista de assinaturas e de cada boletim de urna à Executiva Nacional que, por sua vez, faz a homologação de cada resultado. “Se ele [Zeca Dirceu] tivesse um pouco de vivência de vida partidária, saberia disso”, dispara um adversário do deputado federal.
Eleições 2026
A disputa pelo comando dos diretórios estaduais está diretamente ligada à costura de candidaturas ao Senado e aos governos estaduais nas eleições de 2026, uma vez que o presidente dessa instância partidária tem influência não apenas na escolha desses candidatos, mas também no caixa de campanha. Nos bastidores petistas, a conversa é a de que uma das duas vagas reservadas ao Paraná no Senado no ano que vem é cobiçada tanto por Gleisi quanto por Zeca — daí a importância de controle do diretório estadual.